Bruno de Carvalho, candidato à presidência do Sporting derrotado nas eleições de 26 de Março, defendeu hoje a necessidade de o novo Regulamento Eleitoral consagrar a criação de uma Comissão de Supervisão do Acto Eleitoral, para garantir a transparência.

Na apresentação da proposta de Regulamento Eleitoral, Bruno de Carvalho referiu que «a desejável existência» da comissão permitirá «analisar, apreciar e discutir sobre eventuais reclamações e recursos nos actos eleitorais», além de ser dotado de competência para «uma eventual recontagem dos votos».

Essa comissão, preconiza Bruno de Carvalho, complementa a Mesa da Assembleia-Geral e será «composta por um representante de cada uma das listas de candidatura e por mais cinco ou seis membros para o efeito eleitos pelo Conselho Leonino».

Bruno de Carvalho salientou que «é necessário dotar o clube de um Regulamento Eleitoral que garanta a transparência dos actos eleitorais, procedimentos à prova de quaisquer suspeita e o funcionamento exemplar das respectivas assembleias eleitorais».

Acrescentou que um novo regulamento constituiu preocupação sua e vincou que continua «decidido e determinado» em contribuir com «iniciativas indispensáveis para conduzir no futuro» o clube «ao seu verdadeiro lugar no panorama desportivo nacional e internacional».

Advogou ainda que é preciso «garantir que a capacidade eleitoral dos sócios do Sporting seja acompanhada de uma efectiva possibilidade de exercer o seu direito de voto sem terem de se deslocar a Lisboa», pelo que o voto presencial deve ser substituído por «formas alternativas de voto, como o voto electrónico e o voto por correspondência».

Bruno de Carvalho afirmou que as alterações que propõe no Regulamento Eleitoral se estendem à necessidade de criar um «duplo controlo presencial e documental dos sócios votantes» e de «clarificação das regras relacionadas com a ocupação das assembleias de voto e áreas adjacentes e as presenças junto das urnas de voto».

Outra relevante sugestão de Bruno de Carvalho, que perdeu as eleições para Godinho Lopes por 360 votos, é a consagração no regulamento de «uma segunda volta do acto eleitoral para o Conselho Directivo caso nenhuma das listas candidatas obtenha uma maioria absoluta dos votos expressos na primeira volta».

Defende ainda que o prazo de convocação de eleições deva ser de 60 dias, em vez dos «14 dias» actuais, devendo o segundo acto eleitoral preconizado ocorrer «no segundo fim de semana após o primeiro», e que haja uma «diminuição da discrepância entre escalões de voto».

Além do Regulamento Eleitoral, Bruno de Carvalho frisou que também é «necessário alterar os estatutos para garantir uma maior democraticidade» e acentuou que devem ser «adoptadas regras de gestão económico-financeira objectivas e transparentes e acessíveis aos sócios», para que «terminem de vez as ambiguidades, os equívocos e as opacidades na relação entre a SAD e o clube».

Bruno de Carvalho reiterou ainda que é preciso realizar uma auditoria «externa, financeira e de gestão» e declarou que enquanto tal não acontecer «haverá sempre dúvidas».

O associado do Sporting deixou claro que não está disponível «para contribuir» com ideias e colaborar com o Conselho Directivo presidido por Godinho Lopes enquanto não for realizada a auditoria.