O Núcleo sportinguista de Reguengos de Monsaraz cancelou a visita de Bruno de Carvalho, agendado para este sábado. Numa publicação feita na sua página na rede social facebook, o ex-presidente do Sporting diz que recebeu "ameaças reais de pessoas que disseram que iriam levar caçadeiras", por isso decidiu não marcar presença.

Eis o post de Bruno de Carvalho

"A caminho de Campo Maior chegou-me a informação que Reguengos decidiu cancelar a visita por ameaças reais de pessoas que disseram que iriam levar caçadeiras para nos receber.

Ficam para mim três notas:

1. Nem senpre fomos, nem sempre seremos um país de brandos costumes;

2. Um forte sentimento de apreço a todas as Leoas e Leões de Reguengos que não se reveem nestes, poucos mas perigosos, seres cujo lugar seria na cadeia;

3. A coincidência de isto se passar numa terra que em termos familiares, até à pouco tempo, havia ligação. Coincidências tristes da vida...

A chegar a Campo Maior!"

António Polido, presidente do Núcleo sportinguista de Reguengos de Monsaraz, confirmou ao jornal 'Record' as ameaças e o cancelamento da visita, prevista para este sábado.

"O cancelamento partiu das duas partes. Considerámos que não estavam reunidas as condições por causa de vários tipos de ameaças, que são públicas. Estão na nossa página no Facebook", explicou. António Polido, disse ainda que "também houve conversas" do mesmo teor "a pessoas do Núcleo", por isso decidiram cancelar a visita para "evitar certo tipo de conflitos".

Esta sexta-feira Bruno de Carvalho viu a sua candidatura à presidência do Sporting ser rejeitada pela Mesa da Assembleia-geral por apresentar três elementos suspensos, incluindo ele próprio, situação que não pode ser retificada.

"A candidatura (...) viola os Estatutos do Sporting, o Regulamento da Assembleia Geral e o princípio da legalidade democrática, pois apresenta como candidatos três sócios que estavam suspensos dessa mesma qualidade (...)", lê-se no documento, que enumera de seguida Bruno de Carvalho (candidato a presidente), Alexandra Godinho (candidata a vice-presidente) e José Trindade Barros (candidato a presidente da Mesa da Assembleia-Geral.

Na informação enviada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Jaime Marta Soares, ao mandatário da lista, Pedro Proença, é argumentado que Bruno de Carvalho, destituído em Assembleia-Geral extraordinária em 23 de junho passado, foi suspenso por um ano em 02 de agosto, pela Comissão de Fiscalização nomeada pela MAG, na sequência da demissão da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar.

Para a MAG, "é, pois, evidente que (...) [Bruno de Carvalho] encontra-se suspenso da sua qualidade de sócio, nomeadamente dos direitos e deveres estatutariamente previstos, não possuindo, pois, capacidade eleitoral ativa (direito de voto), nem capacidade eleitoral passiva (direito a ser eleito para os órgãos sociais do clube)".

Jaime Marta Soares sublinha que este caso não corresponde a uma irregularidade formal, passível de retificação no prazo de 48 horas, "mas sim de uma pura e simples impossibilidade estatutária de apresentação de candidatura, por falta de capacidade eleitoral passiva".

"Está-se diante de um verdadeiro vício de natureza substancial (e não formal) que importa e impõe, indubitavelmente, a rejeição da totalidade da lista de candidatura, dada a posição aí assumida por Bruno Miguel Azevedo Gaspar de Carvalho", lê-se na decisão.

Antes, em comunicado, Marta Soares indicou que, das oito listas apresentadas para as eleições de 08 de setembro, apenas "foram devidamente verificadas como elegíveis (...) as candidaturas de Frederico Varandas e de José Maria Ricciardi".

"As candidaturas apresentadas por Pedro Madeira Rodrigues, João Benedito, Eugénio Dias Ferreira, Fernando Tavares Pereira e Rui Jorge Rego padecem de irregularidades formais que carecem de ser retificadas num prazo máximo de 48 horas, por forma a que possam ser consideradas", conclui o comunicado.