Bruno Lage, treinador do Benfica, falou na antevisão ao encontro de domingo, pelas 18h00, no terreno do Arouca, e para além desse encontro falou também do momento de Di María, dos muitos minutos que Otamendi leva nas pernas e recordou ainda o triunfo sobre o Mónaco, explicando a razão para a roda coletiva que fez com os jogadores após esse triunfo.
Equipa moralizada com a foram como ganhou o último jogo, no Mónaco? "Não é só o sentimento que trazemos do último jogo, é o que trazemos dos últimos três meses. Isso é que é o mais importante. Fizemos mais uma reviravolta no Mónaco, foram três preciosos pontos. Deu-nos a felicidade momentânea de vencermos esse jogo. São três meses de muito trabalho. Nos últimos três meses, tivemos 58 treinos. Desses, tivemos 23 com o plantel completo e desses 23, quer treinos a seguir ao jogo ou como hoje treinos antes do dia do jogo, tivemos 9 treinos para treinar as nossas dinâmicas. Não é olhar só para aquilo de bom que aconteceu no Mónaco, é olhar para o que de bom temos feito nos últimos três meses. Isso é que nos dá confiança. Amanhã temos a responsabilidade de prolongar este nosso momento."
Di María em grande forma: "Temos de realçar é o rendimento da equipa. Estamos muito satisfeitos com toda a gente. Falando do Di María, estamos muito satisfeitos com ele. É um grande jogador. Tenho o prazer de trabalhar com ele e de perceber que é um grande homem. O exemplo disso é vê-lo sentado no banco nos últimos minutos e a sofrer quase como se tratasse de uma final de um Campeonato do Mundo. A forma como ele sofria e depois comemorou a vitória com os colegas. A gestão é olharmos para cada um de forma individual e perceber qual a melhor maneira de tirar o rendimento dos jogadores. Ele não tem tratamento especial. Temos é de olhar para cada um deles enquanto individuo e a forma como recuperam. Há jogadores que recuperam melhor do que outros, em particular com três ou quatro dias de intervalo entre os jogos. Depois disso, é tomar as melhores decisões."
Otamendi com muitos jogos nas pernas. Sente necessidade de rodar a equipa? "O Nico tem sido um campeão. Eestá nomeado para o melhor onze da FIFA e é um privilégio ter jogadores deste calibre no nosso plantel. O Nico regressou da seleção da Argentina com um pequeno toque e que vinha com a ideia recuperar bem para o Mónaco e, quando percebeu que o Tomás não estava disponível para o jogo, deu dois passos em frente para jogar frente ao Estrela. É um bocadinho de tudo, mas fundamentalmente a mentalidade. Há outra coisa que ajuda na recuperação, que são os resultados. Os resultados positivos e exibições positivas ajudam. O Nico tem tido um bom rendimento.
Jogar de três em três dias ou de quatro em quatro há sempre o risco de lesão, por isso é que eu disse que temos de olhar para cada um deles, independentemente da idade, há jogadores que recuperam melhor do que outros. Dois bons exemplos, de dois jogadores que recuperam muito bem, um deles é o Nico e o outro é o Fredrik. Recuperam bem e ao segundo ou terceiro dia noto sinais de uma recuperação muito boa. Tem, claro, a ver com a forma como se tratam fora de campo.
A roda coletiva no final do jogo com o Mónaco: "Não foi mensagem para dentro nem para fora, foi um ato de liderança. Cumprimento o quarto árbitro, vou em direção do árbitro para o cumprimentar e senti uma alegria e um sentimento de dever cumprido. Elogiei o esforço, transmiti crença no processo, no trabalho e no treino e de visão. Estamos felizes pela vitórias, mas há um futuro pela frente de sete/oito jogos até ao final do ano que são muito importantes para nós. Foi um ato de liderança que senti que devia ter feito naquele momento. A nossa natureza tem de ser esta. Quem treina o Benfica não pode estar contente com isso. A nossa visão é querer mais. Tenho dito que o nosso objetivo até ao final deste ano é chegar ao segundo lugar e reduzir distâncias para o primeiro.
Pensa poupar Di María para jogos decisivos das próximas semanas? A gestão tem de ser de todos. Temos de ter esta visão, mas simultaneamente ter os olhos na bola, no jogo de amanhã. O Di María não jogou no Bayern não para ser poupado para os jogos seguintes, mas porque eu acreditei que aquela era a melhor estratégia. Depois é ir analisando a cada momento e perceber como eles recuperam. Não temos margem de erro nas competições que enfrentamos. A gestão tem de ser diária e compromisso está no jogo de amanhã, contra um adversário competente e que gosta de ter bola. Vi vários jogos do Arouca com o Vasco Seabra e também o jogo com o Braga. O Vasco já provou no ano passado que é um treinador competente capaz de vencer as equipas grandes. A nossa visão a longo prazo tem de ser naqueles 90 minutos de jogar com qualidade e vencer o jogo. O único jogador que connosco ainda não jogou foi o Tiago [Gouveia] por lesão. Os outros tiveram já oportunidade."
Arthur Cabral merece oportunidade como titular? Não há lugares garantidos, tem de ser em função do rendimento. O Arthur não ameaça ninguém. Ele, o Zeki [Amdouni] e o Pavlidis trabalham é para a equipa. Há três meses falava-se em crise e no último jogo os três marcaram golos. Isso deixa-nos satisfeitos. Os ponta de lanças estão a aprimorar movimentos que gosto que façam na área. Os golos de cabeça não surgem por acaso, têm trabalhado nisso. Depois, ter jogadores competentes nas alas faz com que encontrem os avançados para marcar golos. Temos Pavlidis com seis golos, o Arthur com quatro e o Zeki com quatro. Isso é que é importante."
Possível saída de centrais em janeiro: Os centrais são assunto fechado, estamos muito satisfeitos. Temos o Nico, campeão do mundo, dois jovens da casa que representam a seleção nacional e o Adrian Bajrami, que está a aprender com estes três. A nossa política é termos gente competente de fora e gente competente a ser formada em casa e gente nova a aprender. Não há plano B de fora para nada. Temos em vista os miúdos que chamamos para treinar connosco nas várias posições.
Fé na aproximação à liderança: Temos uma grande crença no nosso trabalho. Foi isso que passei no final do jogo no Mónaco. Se vencermos os nossos jogos vamos conquistar o segundo lugar e reduzir a distância pontual. Temos crença no nosso trabalho.
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