O treinador do Benfica, Bruno Lage, fez este sábado a antevisão ao jogo com o Sporting de Braga, encontro da quarta jornada da I Liga que se realiza este domingo.
Na conferência de imprensa, o técnico foi questionado sobre a derrota no clássico frente ao FC Porto e referiu que será sempre o rosto do insucesso, salientando que a sua forma de trabalho não muda em função dos resultados.
Sporting de Braga: "Merece cuidados máximos pelo bom início de épocas e pelas prestações que tem vindo a fazer. É um jogo difícil, fora de portas, muito competitivo. Mas nós teremos a ambição de sempre para fazer um bom jogo e vencer."
SC Braga é o adversário ideal após derrota no Clássico: "Todos os adversários trazem problemas e oportunidades. É nisso que vamos estar interessados. O calendário é este, sabíamos que teríamos que jogar contra Sporting, Paços de Ferreira, Belenenses SAD, FC Porto e Sporting de Braga, que fez uma primeira volta fantástica no ano passado. A nossa intenção é ter uma entrada forte no campeonato. É uma oportunidade para voltar a fazer um bom jogo, em continuidade com o que tem sido o nosso registo desde janeiro, e conquistar os três pontos."
Primeira derrota no Benfica: "A diferença é apenas o resultado, a nossa forma de trabalho não muda. Saímos do jogo, analisamos o que correu bem e menos bem, uma ou outra questão estratégica... Analisamos o jogo da melhor maneira, preparamos a semana de treinos e o jogo seguinte. Em função do resultado, é diferente, mas quanto à forma de trabalhar é igual. O apontamento mais difícil de registar esta semana foi o falecimento da filha do nosso técnico de equipamentos, Paulo Vaz, e no dia seguinte, o falecimento do irmão do nosso chefe de segurança, Paulo Magalhães. E depois também a forma como todos sentiram o falecimento da menina do Luis Enrique. Isso é que são coisas difíceis de ultrapassar. O resto é olhar para o que fizemos e ter oportunidade de regressar ao nosso registo."
Críticas: "Só se sente aquilo que se vê. Tenho um enorme respeito por quem comenta, mas o meu registo e equilíbrio é sempre em função das emoções que sinto dos adeptos. Tenho um enorme respeito por vocês, que escrevem, e pelos comentadores, mas o mais importante é aquilo que tenho na minha cabeça. Quando analiso alguma coisa, tento colocar-me no lugar do treinador. Como agora, analiso o Sporting de Braga e tento colocar-me no lugar do Sá Pinto e prever o que pode fazer. Analiso apenas aquilo que vejo. Eventualmente, quem está do outro lado e tem essa tarefa de comentar, analisar e criticar, analisa algo, mas quer que esse algo vá de encontro às suas ideias. Por vezes não há um equilíbrio entre essas ideias. São sempre questões interessantes. Cada comentador tem as suas ideias, mas o mais importante é o equilíbrio e perceber o que vai na minha cabeça."
Alterações na equipa: "Admitimos tudo. Tenho dito ao longo do tempo que todos vivemos de rendimento. Se olharmos só para uma posição, estamos a responsabilizar quem quer que seja. Se o Nuno Tavares, que é um esquerdino, jogou a defesa-direito, a responsabilidade é minha. Fui eu que o coloquei lá. Tínhamos André Almeida lesionado, Ebuehi lesionado, Tomás Tavares de férias... Foi a melhor solução que encontrámos. Perdemos todos e aqui estou eu. Serei sempre o rosto do insucesso. Como fui no ano passado na eliminação da Taça de Portugal e na Liga Europa."
Estratégia de Sá Pinto: "Não fazemos uma análise do que aconteceu no último jogo, mas do que aconteceu nos últimos seis, sete ou oito jogos. O interessante é observar as dinâmicas nas posições em que a rotação tem acontecido."
Raul de Tomás continua sem marcar: "Vamos por partes. Ficou criada a ideia que jogávamos com um segundo avançado. Na época passada, quem era o segundo avançado? Era o João? Viam o João como segundo avançado? Era lado a lado: Em função das caraterísticas dos jogadores, se há uma dinâmica, são coisas diferentes. Tem-se criado a ideia de que jogamos com um segundo avançado, mas jogamos é com dois avançados e com a dinâmica dos dois. No ano passado, jogou Seferovic e João. Mas quando jogou o João, quem era o segundo avançado? Temos que perceber as dinâmicas que a equipa vai construindo. O João tem um ataque à profundidade muito bom e liga entre linhas. Mas quando a bola vai ao lado esquerdo, não vemos o Seferovic ficar entre linhas e outro procurar profundidade?
A nossa ideia é que joguem lado a lado. Outro ponto é a caraterística dos jogadores. RDT jogou como segundo avançado contra Sporting e Belenenses SAD porque o adversário jogou com cinco defesas. Se vou partir para um jogo em que, no ano passado, tive dificuldades, e eles colocam três centrais, é para que cada um marque o seu e o do meio fique a sobrar. O que fizemos foi colocar um ponta-de-lança, o Seferovic, no jogador do meio, e não demos marcação aos outros dois. Pizzi e Rafa vão ter mais espaço para jogar. Olhem para o nosso primeiro golo contra o Sporting. Nesses dois jogos, o RDT jogou atrás de Seferovic e quem tinha que brilhar foi Pizzi e Rafa, que marcaram os golos. Contra Paços de Ferreira e FC Porto jogaram lado a lado. O RDT veio substituir um jogador que fez um percurso fantástico no ano passado, João Félix, e nunca jogou com dois avançados. É um período de aprendizagem. Acredito que, pelo que vou vendo, os golos vão acabar por aparecer."
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