O antigo “capitão” do Sporting Jorge Cadete disse hoje que a falta de golos na equipa profissional de futebol tem sido a principal culpada da instabilidade no clube.

«O futebol vive dos golos e se os golos existissem seguramente não estaríamos a ter esta conversa sobre o momento menos bom que o Sporting atravessa nos últimos dois anos», afirmou Jorge Cadete, em declarações à agência Lusa.

Após a saída do técnico Ricardo Sá Pinto, que foi substituído interinamente por Oceano Cruz, e do administrador da SAD leonina Luís Duque e do diretor-geral Carlos Freitas, o ex-futebolista lamenta o momento atual do clube.

«É com grande tristeza que vejo o meu Sporting numa situação de 11 jogos oficiais e apenas duas vitórias. Não me recordo na história do clube, pelo que aprendi durante os 12 anos que estive em Alvalade a conhecer a grandeza do Sporting, de conseguir apenas duas vitórias em 11 jogos. Principalmente quando vejo uma instabilidade tão grande, um projeto inicial que ao fim de uns meses já deixa de ser projeto e passa a outra estratégia e, passados mais uns tantos meses, se muda novamente», frisou.

Cadete considera que a solução pode passar por recuperar as “referências” do clube, exemplificando os casos do FC Porto na formação, mas também a estrutura diretiva dos alemães do Bayern Munique.

«No mundo do Sporting existem grandes referências, nas quais eu já nem me incluo, mas há os casos do Manuel Fernandes, do Carlos Xavier, do Venâncio e do Oceano, que foram vistos como grandes exemplos profissionais e o Sporting, infelizmente, não as aproveita», referiu.

Para o antigo ponta de lança, a experiência destes ex-futebolistas pode ser potenciada nos escalões mais jovens do clube.

«É na formação que se transmite a mística do grande clube que o Sporting é e quando um jogador chega aos seniores já vai incutido na garra do Sporting. Seguramente não esquecerá o ‘slogan’ Esforço, Dedicação, Devoção e Glória, eis o Sporting Clube de Portugal», salientou.

Isto porque, segundo Cadete, com o aumento do número de estrangeiros no plantel sénior essa é uma missão bastante difícil.

«É quase impossível, por muito que seja a entrega desse jogador ou do seu interesse pela história do clube. Não é num ano, dois ou três que passa a sentir verdadeiramente a camisola que veste», concluiu.