O treinador do Paços de Ferreira, Henrique Calisto, disse hoje esperar um jogo mais aberto e menos tático frente à "equipa sensação Marítimo, no sábado, na última jornada da Liga portuguesa de futebol.
«Espero um bom jogo, um jogo mais aberto, não tão tático, frente à equipa sensação do campeonato em termos de futebol produzido», disse Henrique Calisto, que elogiou ainda o «excelente trabalho» de Sporting de Braga e Vitória de Guimarães na prova.
Foi a única referência do técnico ao último jogo oficial da época para o Paços de Ferreira, numa conferência de antevisão em que se falou mais do «trabalho ciclópico» que conduziu uma equipa quase condenada à descida até à desejada permanência.
Para Calisto, uma das razões do sucesso foi «o grande caráter coletivo» do grupo, explicando que a sua equipa soube tirar proveito da carga psicológica de um plantel que estava em baixo, evitando que os jogadores ultrapassassem os limiares de stress e acreditassem neles próprios.
«É uma obrigação partilhar o sucesso com toda a equipa de trabalho», sublinhou o técnico, dedicando elogios particulares ao diretor desportivo, Carlos Carneiro, «uma peça fundamental e decisiva no funcionamento geral [do clube] e figura basilar neste entretanto».
Henrique Calisto referia-se concretamente ao impasse diretivo, mas fez questão de dizer que, até à decisão de continuidade do atual presidente Carlos Barbosa ou a uma solução de continuidade a partir da sua equipa, mantém-se o trabalho de planificação da próxima época.
«Há uma série de jogadores detetados ao longo da época», afirmou Calisto, acrescentando que «o clube não pode ficar descalço pela venda de três ou quatro jogadores» e, por isso, tem de trabalhar para «substituir os jogadores vendáveis».
Calisto tem colaborado ativamente neste trabalho, apesar da sua quase certa saída de um clube que o próprio considera «especial».
«Esta foi a terceira vez que trabalhei no Paços, um clube que me deu a oportunidade de regressar. Identifico-me muito com a sua forma de estar no futebol, que é pragmático em termos de gestão financeira e que vê os jogadores para além dos atletas», afirmou.
Neste discurso em jeito de despedida, o técnico aproveitou para reiterar a sua preocupação com o estado atual do futebol luso, defendendo que «os clubes devem repensar muito o seu modo de viver».