O presidente do Paços de Ferreira partilha a insatisfação dos adeptos relativamente aos resultados da equipa de futebol e à indisciplina, mas isenta de responsabilidades o técnico Luís Miguel, considerando que as últimas três derrotas resultaram de «erros individuais».

«É claro que compreendo a insatisfação dos adeptos, ninguém fica contente com uma derrota em casa contra uma equipa do nosso campeonato», disse Carlos Barbosa, para quem a derrota frente ao Gil Vicente (2-1), domingo, na sexta jornada da Liga, aconteceu na sequência de «tantos erros infantis, que não se compreendem em jogadores deste nível».

O “cartão amarelo” mostrado por Carlos Barbosa à equipa é válido também para os casos disciplinares - o Paços de Ferreira contabiliza sete cartões vermelhos em seis jornadas da Liga.

Apesar de dizer que «também tem sido fácil carregar o Paços de cartões», Barbosa reconheceu culpas nos jogadores, em especial nos casos de vermelhos diretos (Cássio, Ozéia, Diogo Figueiras, Manuel José e Fábio Faria).

O dirigente contesta apenas as expulsões por acumulação de cartões amarelos de Javier Cohene em Setúbal e de Nuno Santos frente ao Sporting:

«O primeiro amarelo ao Cohene foi de uma injustiça muito grande. O primeiro amarelo do Nuno Santos é inexistente e tenho sérias dúvidas se há falta no lance do segundo.»

O caso mais recente foi protagonizado por Fábio Faria, defesa cedido pelo Benfica, expulso com vermelho direto frente ao Gil Vicente, o que motivou a ira dos adeptos.

Carlos Barbosa confirmou já ter conversado com o jogador, de quem terá recebido um pedido de desculpas pelo «ato irrefletido».

«Mais do que as desculpas, queremos que isto não volte a acontecer», defendeu, acrescentando que, «só em multas, o Paços já pagou alguns 10 mil euros» desde o início da Liga.

Carlos Barbosam, que prometeu «estar atento» em caso de reincidências e garantiu que os casos verificados serão analisados à luz do regulamento interno do clube, não aponta responsabilidades ao treinador, outro dos alvos dos adeptos.

Para o presidente pacense, «não é justa a contestação ao Luís Miguel», já que foram três jogos sem pontuar por «erros individuais e não por questões de ordem técnica».

Carlos Barbosa falava no final do primeiro treino semanal, realizado num relvado secundário da Mata Real, marcado por um ambiente carregado, com conversas individuais entre alguns adeptos e os jogadores mais experientes da equipa e uma tarja com a inscrição “Este não é o nosso Paços”.

Nuno Santos, com queixas no joelho esquerdo, foi um dos ausentes desta sessão de trabalho ligeira, enquanto Sassá, Reinaldo Lobo, Cícero e Marcelo nem sequer estiveram no relvado.