O antigo treinador de futebol Carlos Cardoso apresentou um pedido de execução ao Vitória de Setúbal pela falta de pagamento de 260 mil euros, referentes a salários e prémios, no Tribunal do Trabalho de Setúbal.

Duarte Costa, advogado do técnico, explicou à Agência Lusa que em causa estão «aproximadamente 260 mil euros, de salários e prémios de subida e manutenção de divisão», relativos a um período entre «2004 e 2009».

De acordo com o causídico, o processo deu entrada terça-feira no Tribunal do Trabalho de Setúbal, na mesma altura em que foi apresentada «queixa no órgão de licenciamento dos clubes profissionais».

«É a forma mais eficaz de obter resultados, porque independentemente de o Vitória de Setúbal se manter ou descer de divisão, vai jogar sempre nos campeonatos da Liga», referiu Duarte Costa, aludindo à possibilidade de o clube não se poder inscrever nas provas profissionais caso não pague esta dívida.

O jurista acrescentou ainda que o técnico, que tinha um contrato de oito anos com o emblema sadino, «está a tentar um acordo com o clube há imenso tempo e só partiu para este processo porque não obteve qualquer acolhimento por parte da direcção».

Uma informação corroborada pelo técnico Carlos Cardoso, que justificou o elevado montante alegadamente em dívida, por parte do Vitória de Setúbal, com o não pagamento de muitos salários que lhe eram devidos.

«Em 14 meses pagavam-me quatro, cinco ou seis meses. E eu fui aguentando», disse Carlos Cardoso, que fez parte de diversas equipas técnicas sadinas e foi treinador principal nas temporadas 1974/75, 1977/78, 1997/98, 2006/07 e 2008/09, algumas das quais na parte final dos campeonatos, quando o clube já estava em risco de descer de divisão.