O movimento Servir o Benfica exigiu hoje a convocação de uma Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube até ao final de julho, denunciando que o anúncio de eleições “comprova o embaraçoso e antidemocrático silêncio” sobre esta reunião.
“Passados mais de três meses, é absolutamente inaceitável a ausência de agendamento da AG extraordinária por parte da Mesa da AG perante o pedido dos sócios representativos de mais de 11 mil votos, pelo que se exige que a AG extraordinária seja impreterivelmente convocada até ao final do mês”, lê-se no comunicado deste movimento.
O Servir o Benfica considera que a realização desta reunião magna “ganha reforçada importância face à promessa de agendamento de eleições, sendo incompreensível a ausência de data concreta da sua realização”.
“A existência de um regulamento eleitoral, cuja aprovação consta na ordem de trabalhos da reunião extraordinária requerida, é essencial para garantir a democraticidade de processos de qualquer ato eleitoral futuro. Uma convocação de eleições prévia à aprovação deste regulamento resultará em mais um exercício de votação que deslustra a história democrática do Sport Lisboa e Benfica”, rematou o movimento.
Na terça-feira, após reunião da direção, liderada por Rui Costa, que sucedeu ao autossuspenso Luís Filipe Vieira, o clube anunciou a intenção de convocar eleições para os órgãos sociais, que deverão “ocorrer até ao final do corrente ano”.
O Servir o Benfica integra Francisco Mourão Benítez, candidato à presidência da Mesa da AG na lista de João Noronha Lopes, e é o movimento que está na base de um pedido de uma reunião magna extraordinária, não marcada, e que levou, anteriormente, ao pedido de demissão de Rui Pereira, antigo presidente da AG, por falta de apoio da direção.
Luís Filipe Vieira, que suspendeu funções na presidência do Benfica, foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.
Vieira, que está em prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros, e proibido de sair do país, está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.
Segundo o Ministério Público, o empresário provocou prejuízos ao Novo Banco de, pelo menos, 45,6 milhões de euros, compensados pelo Fundo de Resolução.
No mesmo processo foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
O antigo futebolista Rui Costa, vice-presidente na direção de Vieira, assumiu a liderança do clube e da SAD.
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