Carlos Carvalhal, um dos fundadores da Lacatoni, que equipa 13 dos 32 emblemas das duas ligas profissionais de futebol, orgulha-se pela empresa ter antecipado a crise e aponta África como o próximo grande “passo de gigante”.
O treinador dos turcos do Besiktas estará em janeiro em Moçambique para fechar o acordo para a construção de uma unidade fabril, que deverá criar cerca de 300 postos de trabalho.
«Temos vindo a crescer muito. Demos o primeiro grande passo com a compra das atuais instalações, com 6.000 metros quadrados. Em África, será mais um passo de gigante», salientou Carlos Carvalhal em entrevista à agência Lusa.
Desta forma, o antigo treinador do Sporting insiste que África «é um palco apetecível», mercado que a Lacatoni já começou a explorar com o compromisso com a federação moçambicana, tendo também já equipado Angola.
«Somos uma empresa modelo. Nunca ficámos a dever nada a ninguém nem tivemos a típica estratégia de depender dos bancos. Dependemos sempre muito de nós e isso está a permitir-nos encarar a crise de forma distanciada à atividade da empresa», frisou o técnico do Besiktas.
Carlos Carvalhal diz que «já se previam dificuldades», pelo que a Lacatoni apressou-se a criar mecanismos financeiros que a mantivesse «a coberto da instabilidade que se adivinhava».
«O empresário português gosta de estar respaldado, de descapitalizar para se sentir bem e tirar proveitos pessoais. Não descapitalizámos a Lacatoni, porque queremos uma empresa forte», destacou.
Face ao clima instável e de dificuldades económicas globais, a Lacatoni «navega em águas tranquilas», com fundo de maneio que permite continuar a tirar dividendos.
«O nosso grau de autonomia relativamente à banca é quase de 100 por cento. Para haver fundo de maneio, não pode haver descapitalização. Caso contrário, entra tudo em cadeia», alertou o técnico e empresário.
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