O guarda-redes espanhol Casillas cumpre domingo frente ao Benfica o seu primeiro clássico em Portugal, como jogador do FC Porto, depois de, na baliza do Real Madrid, ter sofrido 64 golos em 37 jogos com o FC Barcelona.
Quarto em matéria de presenças no ‘El Clásico’, apenas atrás dos ‘merengues’ Manolo Sanchiz (43) e Paco Gento (42) e do ‘culé’ Xavi Hernández (42), Casillas vai, aos 34 anos, ‘medir forças’ com os ‘encarnados’ pela primeira vez.
Face ao ‘Barça’, no grande clássico do futebol espanhol, foram várias as suas jornadas de glória, mas, no balanço final, o registo é negativo, com 12 triunfos, 10 empates e 15 derrotas e um total de 64 golos sofridos - à média de 1,73 por embate -, 16 à conta do argentino Lionel Messi.
Titular da baliza ‘merengue’ quase ininterruptamente durante 16 épocas, de 1999/2000 a 2014/15, Casillas conseguiu ainda assim acabar seis clássicos sem golos sofridos, o último a 20 de abril de 2011, na final da Taça do Rei, decidida no prolongamento (1-0), com um tento de Cristiano Ronaldo.
O número 12 dos portistas sofreu golos em 31 clássicos com o ‘Barça’, sendo que concedeu apenas um em 11 ocasiões, dois por 12 vezes e três em outros seis embates.
As suas noites ‘negras’ aconteceram em 2008/09, em pleno Santiago Bernabéu, e em 2010/11, em Nou Camp, em encontros da Liga espanhola que o FC Barcelona venceu por 6-2 e 5-0, respetivamente.
Nunca substituído ou expulso em clássicos, Casillas, que viu três amarelos por protestos, estreou-se a 26 de fevereiro de 2000, no Bernabéu, com apenas 19 anos.
Com Michel Salgado, Hierro, Karanka e Roberto Carlos à sua frente, “esteve impecável”, num jogo em que “não teve uma só falha e salvou um golo feito”, de acordo com o ‘insuspeito’ El Mundo Deportivo, parando Figo, Rivaldo e Kluivert.
Na época seguinte, a 21 de outubro, sofreu os primeiros tentos face ao ‘Barça’ (2-0), no jogo que marcou o regresso a Nou Camp de Figo, após a mudança para Madrid. Num embate de enorme tensão, foi batido por Luis Enrique e Simão Sabrosa.
Em 2001/02, falhou o jogo da segunda volta, mas, a partir de 2002/03, passou a ser ‘omnipresente’ na baliza do Real Madrid, para disputar os 30 clássicos seguintes.
Entre 2002/03 e a primeira metade de 2012/13, não falhou um único embate do Real Madrid com o FC Barcelona, numa década em que também foi indiscutível na baliza da Espanha, somando um título mundial e dois europeus.
A série teve o seu final a 30 de janeiro de 2013, na primeira mão das meias-finais da Taça do Rei, no Bernabéu, com José Mourinho a sentar Casillas e a optar por Diego López, no meio de uma ‘novela’ que dividiu os ‘merengues’.
O treinador luso retirou a titularidade ao ‘intocável’ número 1 do Real Madrid, que, nessa época e na seguinte, acabaria por perder mais quatro clássicos.
Na época 2013/14, voltaria em nova final da Taça do Rei, que os ‘merengues’ venceram (2-1), e, na temporada transata, com Carlo Ancelotti, reassumiu o papel de titular, que ostentou nos dois clássicos, o último a 22 de março de 2015, num desaire por 2-1 em Nou Camp (marcaram Mathieu e Neymar).
Ainda assim, as últimas épocas foram marcadas por episódicos consecutivos de assobios do ‘Bernabéu’ para Casillas, que acabou por decidir, no último defeso, deixar o clube que o formou e rumar ao FC Porto.
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