O ex-presidente da Comissão Disciplinar da Liga, Ricardo Costa, fez uma análise positiva do fim do imbróglio jurídico na Federação Portuguesa de Futebol, com a aprovação dos novos estatutos, de acordo com o Regime Jurídico das Federações Desportivas.
De passagem pelo Estoril Open, o jurista confessou já estar à espera deste desfecho. «Estávamos num momento em que já não era possível adiar mais. Creio que o essencial era o poder representativo e a nova configuração na Assembleia Geral em função de hoje estar organizado por delegados, delegados esses que vão ter cada um voto e, portanto, difundir o poder que antes estava mais concentrado. A esmagadora maioria dos associados chegou a um ponto em que perceberam que era preciso dar um passo de aprovação dos estatutos», afirmou.
A hipotética impugnação da Assembleia Geral por parte da Associação de Futebol do Porto poderá, todavia, levar o processo à estaca zero.
«Claro que se houver uma suspensão cautelar dessas deliberações, sim. Não conheço os fundamentos, por isso não posso me pronunciar em concreto. Mas qualquer associado descontente com a aprovação e que tenha votado contra tem o direito de impugnar», frisou o antigo líder da CD da Liga.
Sublinhando que o verdadeiro ‘ponto final’ desta novela será dado apenas com a proclamação do Secretário de Estado, Ricardo Costa lamenta que esta «luta de poder» se tenha prolongado por tanto tempo.
«Este processo evidencia uma luta pelo poder, não é nada mais que isso. Neste modelo que nós temos não há como as federações deixarem de se adequarem à lei e portanto continuarem a ter utilidade pública e continuarem a ter os poderes para organizarem competições. Isto basicamente é: podemos discordar da lei, podemos até atacar a lei, mas não podemos deixar, neste caso as federações, de cumprir se querem continuar a organizar e regular as provas das modalidades a que se referem», concluiu.
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