A jovem árbitra Cátia Leitão, com 17 anos, quer ser a primeira mulher a apitar jogos da I Liga de futebol profissional e define a função de árbitro como «espetacular» e um «prazer enorme».

Em declarações à agência Lusa, à margem do XI Encontro Nacional do Árbitro Jovem, que hoje termina em Mira, Coimbra, a rapariga afirmou que a ideia de chegar à I Liga de futebol começou «por brincadeira porque é quase impossível», mas passou a objetivo.

«Para mim tem um fundo de razão, um fundo de verdade, porque eu realmente quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ser a primeira mulher na I Liga», frisou a jovem árbitra da Associação de Futebol de Braga.

Embora lembrando que, atualmente, os regulamentos não permitem a presença de mulheres árbitras na divisão maior do futebol nacional, Cátia está confiante que, no futuro, a lei venha a mudar.

A oportunidade de Cátia Leitão, que pertence ao Núcleo de Árbitros de Fafe, entrar no mundo da arbitragem «surgiu do nada, inesperadamente», já que a jovem queria era ser jogadora de futebol de 11.

«Experimentei [a arbitragem] e conheci um mundo completamente diferente do que eu pensava. Ao princípio era pelo valor monetário, queria fazer jogos para ganhar mais dinheiro, mas passado algum tempo comecei a perceber que é um espetáculo estar dentro de campo, é um prazer enorme», referiu.

Aos 16 anos fez o curso e começou depois a apitar, como árbitro assistente, jogos de iniciados e juvenis «malta mais jovem, mais fácil», argumentou.
Estudante do ensino secundário, Cátia Leitão é ainda bombeira voluntária em Fafe e tem no árbitro internacional Artur Soares Dias «um ídolo».

«Ele batalhou muito para chegar ao topo e é o que quero fazer agora, chegar o mais longe possível, com muito trabalho, claro», frisou a jovem.
Manifestando-se «organizada e trabalhadora» no teste escrito sobre as Leis do Jogo de futebol, durante o encontro de Mira, a jovem árbitra foi a única entre 96 participantes a atingir a nota máxima (100 pontos).

No campo, depois das classes de iniciação, passou a árbitro assistente nos jogos de seniores dos distritais da AF Braga, integrando como estagiária a equipa do árbitro Joaquim Pereira, com a qual chega a fazer dois jogos em cada fim de semana.

«Os estagiários habitualmente fazem um jogo de 15 em 15 dias mas a Cátia faz mais e treina mais, devia treinar duas vezes por semana mas chega a treinar quatro», sublinhou o árbitro.

A subida de escalão não assustou a rapariga que até se esquece que está a apitar homens e ignora o que lhe possam dizer da bancada.

«Penso que é um jogo normal como os outros, são jogadores de futebol na mesma. Dentro de campo estou atenta ao jogo, não estou atenta ao que estão a dizer, a maior parte das vezes nem consigo ouvir porque estou tão concentrada que nem oiço», considerou.

Assumiu, no entanto, que ainda tem de «perder alguns medos», como assinalar algumas faltas, antes de passar a árbitro principal, outra vez nos escalões mais jovens.

«Vamos ver como corre, vou fazer o melhor possível, claro», garantiu.

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