César Boaventura foi ouvido esta segunda-feira no Tribunal de Esposende, no âmbito do processo de difamação que foi movido por Cássio, antigo guarda-redes do Rio Ave, a respeito de um jogo entre o FC Porto e os vila-condenses. À saída do tribunal, o empresário apresentou a sua defesa, afirmando que falou de Cássio.
"Cada um é livre de fazer as acusações que entender, agora o Cássio vai ter que provar que falei nele. Quando falo, falo em nomes. Em relação a esta publicação, nunca falei no nome do Cássio. Em algum momento falei nele, ele levou uma goleada de cinco golos. Escrevi que eram jogadas estudadas, que se vendia guarda-redes sem redes", justificou, antes de passar ao 'ataque'.
"O Cássio deu uma entrevista ao Expresso a dizer que eu o tentei corromper e vai ter de provar. E se ele tem família, eu também tenho", disse Boaventura aos jornalistas, pedindo que se analise os jogos de Benfica e FC Porto para ver quem é corrompido.
"Se forem analisar a postura de alguns jogadores nos jogos frente ao Benfica e ao FC Porto, vejam quem são os corrompidos e os que não são corrompidos. O Lionn é mentiroso. A única coisa que conheço desses jogadores é a carreira desportiva deles. O Marcelo foi para o Sporting e fez dois jogos. O Cássio está na equipa do Pedro Emanuel, na Arábia Saudita, com 38 anos. É o crime organizado em Portugal. Não me refiro a ninguém, mas o 'Apito Dourado' não acabou", sublinhou, antes de lembrar a forma como o Benfica ganhou ao Rio Ave no referido jogo em que terá aliciado alguns jogadores dos vilacondenses.
"No jogo de que falam, o Benfica ganhou à rasquinha com um golo do Jiménez nos últimos minutos. Mas se formos ver o FC Porto - Rio Ave, de 2017, referente à Allianz Cup, em que o FC Porto precisava de ganhar, o FC Porto ganhou por 3-1. Vejam as prestações dos jogadores", pediu César Boaventura.
O empresário diz-se adepto do Benfica mas nega que esteja a trabalhar em prol dos 'encarnados'. Boaventura diz que vai apresentar um pedido de indemnização a Cássio.
"Eu não trabalho ao serviço do Benfica. Sou benfiquista com muito orgulho, mas o Benfica até hoje pagou-me zero", garantiu.
Antes de Boaventura, Cássio tinha sido ouvido no Tribunal de Esposende, no âmbito do processo que moveu contra César Boaventura. O antigo guarda-redes frisou que foi ouvido pela Polícia Judiciária em maio de 2017, num caso do qual não pode falar "por se encontrar em segredo de justiça".
Recorde-se que na semana passada, o ex-jogador do Rio Ave Lionn revelou ter sido aliciado por César Boaventura para perder contra o Benfica, tal como Marcelo e Cássio.
Segundo o semanário Expresso, citando fontes do processo que investiga a corrupção desportiva no Rio Ave visando apostas desportivas, o agente apresentou-se perante Cássio, na altura, guarda-redes dos vila-condeneses, como "mandatado por Luís Filipe Vieira" para lhe oferecer 250 mil euros para facilitar contra os encarnados.
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