Chicotada sem efeito: FC Porto de Anselmi regista o pior impacto do século com troca de treinador

A chegada de Martín Anselmi à liderança técnica dos dragões não só não melhorou o rendimento da equipa, como agravou a posição na tabela — algo inédito entre os sucessores a meio da época desde 2001.

Trocar de treinador a meio da temporada raramente garante uma revolução no rendimento, mas a mudança feita pelo FC Porto em 2024/25 atingiu um patamar inédito — pela negativa. Com a saída de Vítor Bruno e a entrada de Martín Anselmi, os dragões não só não melhoraram a média de pontos por jornada, como ainda caíram um lugar na classificação. A confirmar-se esta posição nas três jornadas finais, será a primeira vez, neste século, que um técnico chamado a meio da época deixa os portistas em pior situação do que a encontrada.

O técnico argentino soma 12 jogos no campeonato, com um saldo de seis vitórias, três empates e três derrotas — 21 pontos no total, o que equivale a uma média de 1,8 pontos por jornada. Um registo inferior ao de Vítor Bruno, que, nas 18 partidas em que liderou a equipa, amealhou uma média de 2,2 pontos por jogo.

O contraste torna-se ainda mais evidente quando se observa o histórico dos sucessores imediatos no FC Porto desde 2001. O primeiro caso foi o de José Mourinho, em 2001/02, que substituiu Otávio Machado e conquistou 35 pontos em 15 jogos (2,3 de média), levando o clube do quinto ao terceiro lugar — a maior subida entre todos os “salvadores” de época azul e branca.

Três épocas depois, em 2004/05, José Couceiro repetiu a façanha de melhorar a classificação herdada, conduzindo o FC Porto do terceiro para o segundo lugar com 28 pontos em 15 jornadas (1,9 por jogo). Depois disso, porém, os sucessores nunca mais conseguiram inverter o rumo da época — embora com desempenhos ainda superiores ao de Anselmi.

Luís Castro, em 2013/14, pegou na equipa nas últimas nove jornadas e terminou no mesmo terceiro lugar, com uma média de 2 pontos por encontro. Em 2015/16, José Peseiro também não alterou o lugar na tabela, mas conseguiu uma média de 2,1 pontos em 16 jogos. Ambos, ainda assim, ficaram bem acima dos números atuais de Anselmi.

A três jogos do fim, o argentino precisa de um final de campeonato perfeito para tentar apagar o que, por agora, se desenha como a substituição menos eficaz do século no Dragão.