O Conselho de Presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) decidiu esta quarta-feira prolongar o debate sobre a sucessão de Fernando Gomes, não tendo havido consenso em torno de Tiago Craveiro, nome lançado de manhã pelos clubes da Honra.

Carlos Pereira e António Salvador, presidentes do Marítimo e do Sporting de Braga, respetivamente, foram os únicos da I Liga que falaram da possibilidade de o atual secretário-geral ser candidato à presidência da Liga, conforme havia sido adiantado de manhã, em reunião dos emblemas da Liga de Honra. O primeiro deu a cara pela “contestação” e o segundo a apelou à ponderação”. (António Salvador não contestou o nome de Tiago Craveiro).

«Este conselho fez-se para debater vários assuntos e não para decidir quem vai ser o presidente da Liga», disse António Salvador, apesar de reconhecer que o assunto da sucessão de Gomes, recentemente eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), «foi abordado».

Para o presidente bracarense, «a Liga precisa de uma pessoa com um determinado perfil e é isso que tem que ser debatido nos próximos tempos».

«Questionado especificamente sobre se Tiago Craveiro encaixaria nesse perfil, António Salvador escusou-se a particularizar e foi cáustico: «Quem andou a vender nomes à comunicação social que fale sobre isso, que não tenha medo de sair derrotado».

José Godinho, presidente da Oliveirense e da comissão dos clubes da Liga Honra, foi quem anunciou, de manhã, ter falado com Tiago Craveiro sobre o assunto e que este, surpreendido, se mostrara depois disponível se o seu nome fosse entendido «como solução e não como divisão».

No final Conselho de Presidentes, o dirigente do emblema de Oliveira de Azeméis sublinhou ter «falado informalmente» com o secretário-geral, mas nada de conclusivo.

«Só depois deste encontro é que firmaríamos ou não a sua candidatura», disse.

Pelas palavras de Carlos Pereira, o nome do secretário-geral nem chegou a ser falado no Conselho de Presidentes.

«O Tiago Craveiro chegou a fazer uma declaração, há pouco tempo, dizendo que nunca seria candidato à presidência da Liga de clubes», referiu o presidente do Marítimo.

O líder maritimista confirmou que os clubes entenderam que «o momento é de debater o perfil do próximo presidente e há várias pessoas que já mostraram disponibilidade, ou que poderão mostrar».

Afirmando que Mário Figueiredo, advogado do clube insular, «é uma das pessoas que conhece todos os dossiês da Liga», Carlos Pereira preferiu deixar o assunto para mais tarde.

«Vai haver uma Assembleia-Geral onde se marcará o ato eleitoral e até lá há tempo para debater o perfil e conhecer candidatos», referiu.

No final do Conselho de Presidentes, no qual não estiveram Luís Filipe Vieira (Benfica) e Godinho Lopes (Sporting), Fernando Gomes, que vai renunciar ao cargo sexta-feira, confirmou que “alguns clubes manifestaram a intenção de convidar Tiago Craveiro”.

«Mas, pelo que me apercebi, ele manifestou indisponibilidade», disse o recentemente eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

Fonte da Liga, questionada pela Lusa, disse que «Tiago Craveiro teve o apoio unânime e a insistência dos clubes da Liga de Honra e de uma grande maioria dos clubes da primeira Liga para se candidatar à presidência da Liga, mas mostrou a sua indisponibilidade e recusou».

De acordo com a mesma fonte, Craveiro prefere «continuar nas suas funções de secretário-geral, continuando o grande esforço de modernização e profissionalização da Liga, que tem ajudado a concretizar ao longo dos mandatos de Hermínio Loureiro e Fernando Gomes».

Na terça-feira, em declarações à Lusa, Couto dos Santos, deputado do PSD, confirmou ter sido abordado no sentido de se candidatar ao cargo, mas vincou estar «em fase de ponderação».