Apenas três dias depois do triunfo sobre o Leixões, para a Taça de Portugal, o FC Porto volta a jogar esta sexta-feira, em Chaves, para a 18.ª jornada do campeonato. Na antevisão à partida, Sérgio Conceição abordou, entre outros assuntos, a a sobrecarga de jogos que a sua equipa enfrenta e o excesso de faltas cometidas no futebol português.

Jogo com o Chaves: "Esperamos um jogo difícil, contra uma equipa que precisa de pontuar para subir na tabela. Uma equipa que mudou um pouco desde a chegada do novo treinador, e que já tivemos a oportunidade de defrontar. A motivação é grande por jogar contra o campeão nacional. Encontramos sempre equipas super-motivadas a jogar contra o FC Porto, que até mudam a forma como atuam normalmente. Temos de saber tornear esses problemas e dar uma resposta positiva para ir em busca dos três pontos."

Sobrecarga de jogos: "Já tive oportunidade de manifestar a minha opinião na reunião na Cidade do Futebol, espero que os treinadores se façam ouvir e que haja mais consciência nos meses de dezembro e janeiro, principalmente. É completamente sobrecarregado, mas já estávamos a contar com isso. As pequenas situações que temos de lesões são normais no decorrer de uma época, quando a densidade competitiva é o que é. Temos que preparar os jogos da melhor forma, sem o tempo ideal para os preparar, mas hoje em dia temos todos os meios à disposição para recuperar os atletas."

Plantel com poucas opções? "Tenho uma visão completamente diferente. Nas laterais, o João Pedro há algum tempo que não está a treinar, há três ou quatro semanas, desde que saiu magoado da equipa B. Não posso utilizar um jogador que está condicionado. Em relação à utilização do Militão, os jogadores têm essa mais-valia ao serem polivalentes, podem fazer mais do que uma opção com qualidade. Há jogadores mais utilizados do que os outros, mas o Corona não é segunda linha, assim, como o Pepe, Felipe, Alex Telles, Fernando… O onze que jogou teve jogadores que, à parte do Fernando, têm sido utilizados. Não vou por aí. Se vier mais alguém, é porque achamos que é preciso, mas não acho que é muito importante neste momento."

Excesso de faltas: "Era importante falar doutras situações que faz com que, por exemplo, o espetáculo não seja o melhor. Contra o Leixões, a exibição não foi tão boa, mas temos de analisar o que se passou dentro do campo. Estou a falar de uma primeira parte de bom nível do FC Porto. Não foi espetacular porque jogámos num campo cheio de areia, toda a gente viu. Em seis ou sete minutos, havia 15 faltas já. Isso é que é importante falar. Não tenho nada contra o Hugo Miguel, o Capela… Gostava sempre de ter os melhores a apitar os jogos. Um bom maestro faz uma orquestra funcionar bem. A orquestra são os jogadores e o maestro é o árbitro. Se o árbitro está constantemente a interromper, a música não se ouve com qualidade. Há faltas a mais, no jogo com o Sporting foram 40 tal, contra o Leixões foram umas 50 ou 60… Um exagero completo. É importante olhar para isso e para as nomeações."

VAR: "Portugal foi pioneiro em utilizar esta ferramenta, que acho bastante interessante. Depois destes quartos de final, só veio reforçar o que pensava. É fundamental. Houve um penálti não assinalado a nosso favor, um golo limpo que não foi assinalado e que nos podia custar um título. Eramos eliminados de uma competição em que marcámos e não foi validado. Depois da polémica que houve na jornada anterior com o senhor Hugo Miguel, ir apitar um Vitória-Benfica, e o Capela, que teve no Santa Clara-Benfica apitar o Leixões-FC Porto… Há que pensar. Não estou a dizer que não sejam bons árbitros, mas têm de ser mais protegidos. Querem controlar o jogo apitando constantemente… Devia haver bom senso, pensar nas nomeações e na avaliação da prestação do árbitro. Dizemos que a equipa adversária quer quebrar o ritmo do FC Porto, mas de 15 em 15 segundos somos travados com faltas por vezes inexistentes, a favor e contra. Temos de pensar nisso."

A deslocação do FC Porto a Chaves tem início marcado para as 19 horas desta sexta-feira.