José Eduardo Bettencourt demitiu-se de presidente do Sporting, após a derrota caseira dos leões com o Paços de Ferreira (3-2), assegurando que esta é a melhor decisão para o clube.

«Por diversas circunstâncias, entendo que o melhor para a vida do Sporting Clube de Portugal é que eu deixe de ser presidente deste grande clube. Acabei de comunicar esta minha decisão ao doutor Dias Ferreira, presidente da Mesa da Assembleia-Geral», afirmou José Eduardo Bettencourt, sábado à noite.

O agora presidente demissionário dos leões surgiu no anfiteatro do estádio José Alvalade, em Lisboa, acompanhado por Dias Ferreira, após as conferências dos técnicos do Sporting, Paulo Sérgio, e Paços de Ferreira, Rui Vitória.

Os leões somaram hoje a segunda derrota caseira da Liga portuguesa de futebol, à 16.ª jornada, ficando na terceira posição, a 13 pontos do líder FC Porto e a cinco do Benfica, que jogam no domingo frente à Naval 1.º de Maio e à Académica, respectivamente.

De acordo com o número 2 do artigo 40.º dos estatutos do Sporting «o efeito da renúncia não depende de aceitação e produz-se no último dia do mês seguinte àquele em que for apresentada», ou seja, 28 de Fevereiro, «salvo se entretanto se proceder à substituição do renunciante», o que deve acontecer por cooptação «efectuada depois de ouvido o Conselho Leonino e sujeita a ratificação na primeira Assembleia Geral comum que ocorrer», como estipula o número 4 do artigo 56.º.

«Todavia, se a renúncia, individual ou colectiva, constituir causa da cessação do mandato da totalidade dos membros do órgão, a renúncia só produzirá efeito com a proclamação da eleição dos sucessores, salvo se entretanto for designada a comissão [de gestão] prevista no Artigo 42.º», lê-se no número 3 do artigo 40.º.

Nesse caso, cabe ao presidente da Mesa da Assembleia-Geral o poder de designar uma comissão de gestão e o dever de marcar eleições no prazo de seis meses.

Bettencourt, sócio desde 1980 e 40.º presidente do Sporting, sucedeu a Filipe Soares Franco, após ter sido eleito para um mandato de quatro anos a 05 de Junho de 2009, com 89 por cento dos votos, derrotando Paulo Pereira Cristóvão, seu único oponente.

Antes de chegar à presidência do Sporting, Bettencourt, de 50 anos, licenciado em Economia, foi administrador da SAD do Sporting entre 2001 e 2004, celebrando a conquista do título de campeão nacional de 2001/2002 (o último dos ‘leões’), a Taça de Portugal de 2001/02 e duas Supertaças relativas às épocas de 1999/2000 e 2001/02.

Com uma carreira profissional assente na banca, Bettencourt assumiu em 2006 o lugar de vice-presidente do Conselho Directivo do Sporting (não executivo) acumulando com o cargo de Vogal da Comissão Executiva do Banco Santander Totta, o qual deixou para se tornar presidente do clube, do Conselho de Administração da SAD e todas as empresas que compõem o denominado Grupo Sporting.

Quando assumiu funções, o dirigente propôs-se dar sustentabilidade financeira ao Sporting, que apresenta um passivo superior a 300 milhões de euros, dos quais 144 milhões respeitantes à sociedade que gere o futebol profissional, recentemente alvo de uma reestruturação acordada com a banca.