Daúto Faquirá, comentador e treinador de futebol, analisou o comportamento de Sporting e FC Porto no clássico em Alvalade.
Para o antigo treinador de Olhanense e Estrela da Amadora, o ascendente do FC Porto e a reduzida posse de bola do Sporting, sobretudo na primeira parte, foi justificada pela verticalidade e capacidade de circulação dos azuis-e-brancos. A pressão exercida por Danilo sobre Bruno Fernandes e a movimentação de Brahimi pelas zonas interiores explicam para Daúto Faquirá a superioridade dos azuis e brancos em longos períodos durante do encontro, destacando o criativo marroquino como o melhor dos dragões.
"Ao Sporting faltou intensidade na circulação pareceu uma equipa muito previsível e cansada. A pressão forte do FC Porto no miolo acabou por condicionar a capacidade de circulação. O Bruno Fernandes teve muitas dificuldades. A pressão a que foi sujeito por parte do Danilo condicionou. (....) O Brahimi procurou as partes interiores, acabou por dar superioridade numérica ao FC Porto no corredor central e dificultou ao vida ao Sporting para tapar essa zona. O FC Porto teve um maior ascendente e em posse fez uma circulação rápida e foi uma equipa muito vertical. O Brahimi em combinações ia ligando o jogo em diagonais com bola em progressão e procurava o jogo direto, procurando o jogo frontal do Marcano e o Sérgio Oliveira a tentar passes em diagonal. Foi assim que o FC Porto conseguiu o espaço nas costas dos centrais e através do Brahimi que foi o jogador mais criativo", começou por analisar em declarações ao SAPO Desporto.
O desgaste do Sporting tanto a nível tático, físico e mental frente ao Barcelona acabaram por condicionar a entrada dos leões, de acordo com o técnico.
"O Sporting esteve sempre aos 'repelões' e foi desgarrado. Nos duelos individuais, perdeu-os quase sempre. Nem conseguiu ganhá-los em termos individuais nem coletivos e mostrou a tal falta de frescura. Mostrou falta de fulgor, a que não é alheio ter tido menos um dia de descanso. Teve um adversário que o obrigou a correu muito, teve a preocupação de seguir à risca as instruções frente ao Barcelona e desgastou-se muito. E na primeira parte o FC Porto esteve sempre superior: Imprimiu um ritmo muito forte".
O técnico de futebol explicou ainda de que forma o Sporting conseguiu diluir as diferenças e equilibrar a contenda na segunda parte. A subida de William para a posição 8 e as trocas de posições entre Gelson e Acuña permitiram ao Sporting discutir o jogo na segunda parte.
"Na segunda parte, as coisas diluíram-se. O FC Porto sentiu o cansaço e o Sporting equilibrou as coisas. Outro dos factores foi o recuo do Battaglia para a posição 6. Não é um jogador como o Adrien. Não é um jogador muito esclarecido na organização de jogo. Preferiu meter o William na posição 8 e o Battaglia mais recuado a ser 'tampão'. Conseguiu ter mais cobertura para as movimentações do Brahimi. Jogando de fora para dentro tentaram tapar as movimentação do Brahimi. A troca também do Acuña sobre o Gelson".
Daúto Faquirá elucidou ainda porque é que Bas Dost passou ao lado do jogo, frisando que Doumbia oferecia outro tipo de soluções. Elegeu também os melhores do lado dos leões.
"O Bas Dost tem que ser alimentado pelos corredores laterais e quando o Sporting tem dificuldade nos corredores laterais ele é um jogador que perde importância. Não é um jogador com muita mobilidade. Na segunda parte melhorou. O Sporting não teve bola e não teve capacidade para chegar ao ataque com bola controlada. Obviamente que o Bas Dost passou ao lado do jogo. O Doumbia oferecia outro tipo de opções táticas e procura outro tipo de jogo em profundidade. Melhores do Sporting? Rui Patrício e Mathieu", frisou.
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