Se o futebol praticado pelo tetracampeão se tornou menos fluído deve-o em grande parte ao "avançado estrela", que, à sua conta, concedeu quase um terço das bolas perdidas pelos "dragões" no campeonato, à passagem da 10.ª jornada.

Com um total de 49 perdas de bola em oito jogos disputados na prova, Hulk quase duplicou a média deste registo negativo em relação à temporada passada: 6,13 por encontro contra 3,72 em 25 partidas realizadas em 2008/09.

O jogador sul-americano "oferece" a bola em mais de metade das suas iniciativas ofensivas, pois, dos 94 ataques que protagonizou, 49 acabaram com a bola na posse das equipas adversárias do FC Porto, terceiro classificado, a cinco pontos dos líderes Sporting de Braga e Benfica.

O poderoso avançado do clube portuense concede, em média, quase o dobro do segundo jogador mais desapossado da Liga, o pacense Cristiano, e contribui para colocar o FC Porto no segundo lugar do "ranking", com 161 perdas de bola.

Hulk até ataca mais do que na época transacta (11,75 em média por partida contra 8,8) e remata mais vezes (3,5 contra 3,24), mas o desfecho é bem diferente daquele que lhe permitiu conquistar a admiração dos adeptos portistas.

O brasileiro marcou apenas um golo na Liga e de grande penalidade, na vitória por 4-1 sobre o Leixões, o que representa uma redução em mais de metade da média de remates certeiros relativamente à última temporada, na qual concretizou sete tentos.

Hulk é o jogador mais inacessível do futebol português, com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, quase o dobro do segundo mais bem "seguro", o benfiquista Óscar Cardozo (60 milhões), mas o rendimento do paraguaio tem sido diamentarlmente oposto: é o líder dos melhores marcadores, com 11 golos em nove jogos.

A tendência para procurar resolver sozinho os problemas dos "dragões" ajuda a explicar o aumento da média de faltas sofridas e cometidas, mas contrasta com a estatística das assistências, pois, com duas, já leva metade dos passes para golo de toda a época passada.

O campeonato de Hulk começou mal, com uma expulsão na ronda inaugural, frente ao Paços de Ferreira, que lhe custou dois jogos de suspensão e outros tantos pontos ao FC Porto, salvo por golo tardio de Falcao, que fixou o empate a uma bola.

Relativamente ao ano passado, em que teve uma intervenção muito semelhante nas duas alas, o avançado brasileiro sofreu uma "deslocação" para o lado direito do ataque "azul e branco", pelo qual já efectuou quase o dobro dos ataques e de cruzamentos.