"Eu fiz o relatório das ocorrências do jogo e, no túnel, não verifiquei nada. Tudo o que foi presenciado pelo delegado da Liga foi descrito no relatório. Se eu tivesse assistido a alguma agressão, tinha-a descrito no meu relatório. Todas as ocorrências que são visíveis, eu não perdoo", disse à Lusa Esmeraldo Augusto.

Este representante da Liga de clubes naquele encontro da época 2008/09 adiantou ainda que era o único delegado da partida junto ao relvado e nos balneários, uma vez que o outro delegado destacado para a partida presenciou o jogo na zona dos camarotes.

"Não sei, sinceramente já nem me recordo. Só se foi alguma coisa já posterior à saída da equipa de arbitragem. Nesse jogo houve controlo antidoping e eu saí com os árbitros porque tinha de obter imediatamente os cartões dos jogadores sorteados para os controlos", afirmou Esmeraldo Augusto.

Na visita dos "dragões" à Luz, no último campeonato, registaram-se incidentes entre elementos ligados a ambos os clubes, como documentam as imagens das câmaras de segurança do Estádio da Luz a que a Agência Lusa teve acesso, à semelhança do jogo de Dezembro último, que resultou na suspensão preventiva dos portistas Hulk e Sapunaru.

Os alegados confrontos da última deslocação do FC Porto ao recinto dos "encarnados" também ficaram registados, estando as gravações na posse do Benfica e da Liga de clubes.

Fonte da Comissão Nacional de Protecção de Dados e juristas contactados pela Agência Lusa, a propósito da divulgação de gravações dos sistemas de videovigilância, disseram que “as imagens captadas neste âmbito só podem ser usadas nos termos da lei penal”.

Sublinham ainda o facto de a Comissão Nacional de Protecção de Dados não ter qualquer tutela sobre as gravações deste tipo, “limitando-se, nos termos da lei, a licenciar e fiscalizar a instalação de sistemas para a sua captação”.

Segundo os mesmos juristas, se a Comunicação Social tem acesso às imagens, a sua divulgação enquadra-se no âmbito da Liberdade de Imprensa.