O regresso do público aos estádios no arranque das competições profissionais da época 2021/22, anunciado hoje pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), era inevitável, admitiu a diretora-executiva do organismo.
“Acreditamos que é uma inevitabilidade, mas fruto de muito trabalho feito pela LPFP e pelos clubes, que não se cansaram de reclamar este direito. Obviamente, achamos que é algo que tinha de acontecer e estamos muito satisfeitos com a decisão do Conselho de Ministros e de a Direção-Geral da Saúde (DGS) ter operacionalização de forma muito rápida as condições para este regresso”, enalteceu à agência Lusa Sónia Carneiro.
As próximas edições da I Liga, II Liga e Taça da Liga vão iniciar com a possibilidade de 33% de lotação dos estádios em plena pandemia de covid-19, depois de reuniões entre o organismo presidido por Pedro Proença e as autoridades governamentais e sanitárias.
“Durante toda a época passada lutámos por isto e conseguimo-lo agora. Este momento é de regozijo com o que está a acontecer e os lamentos ficaram lá atrás. Seguramente, o colorido das bancadas vai valer a pena e todos iremos fazer por merecer este voto de confiança e este restaurar de justiça que há muito tempo o futebol reclamava”, afiançou.
Em comunicado no sítio oficial na Internet, a LPFP informou que a DGS vai publicar em breve as regras e condições de acesso do público aos recintos, cujo enquadramento será similar aos nove ensaios realizados em 2020/21 – seis jogos da I Liga e três da II Liga.
“A novidade é o aumento do número de pessoas que poderão estar no estádio. Fizemos testes com cinco e 10% e agora vamos passar a 33%. De resto, todas as regras que foram impostas vão manter-se exatamente iguais, com a diferença de que teremos a obrigatoriedade de apresentação do certificado digital covid-19”, frisou Sónia Carneiro.
Esse documento digital, que constitui prova de vacinação completa, teste negativo nas 48 horas anteriores ou verificação de cura até 180 dias e tem de ser exibido por cada titular do ingresso à entrada do estádio, onde deve respeitar as normas de distanciamento social.
“À data de hoje, naquilo que está planeado para o início da competição, não existe nenhuma limitação à entrada de adeptos visitantes. Dentro dos recintos, vamos ter duas cadeiras de distanciamento entre adeptos, sinaléticas a alertar para o distanciamento físico e a utilização de máscara e circuitos específicos de entrada e de saída, que já estavam definidos no plano de contingência de cada estádio em 2020/21”, enquadrou.
Sónia Carneiro assegurou que há um “compromisso” para os limites de lotação e as condições de acesso serem reavaliadas “no final de cada mês”, na tentativa de efetivar a “esperança” da Liga de clubes em “aumentar paulatinamente a ocupação dos estádios”.
“Essa resposta vai ser dada pela evolução epidemiológica. Há aqui uma forte tónica de responsabilidade social das sociedades desportivas a ser implementada pelos seus jogadores. Obviamente, a LPFP, que é o local de agregação dos clubes, está a liderar este processo, mas ladeada pelas entidades que têm responsabilidade no país”, referiu.
Exemplo dessa “vontade conjunta” consiste na campanha de vacinação contra a covid-19 de atletas, equipas técnicas e restante ‘staff’ dos clubes da I e II Liga, que arrancou hoje, um dia depois de ser apresentada antes da cerimónia dos sorteios da época 2021/22.
“Os clubes aceitaram a campanha e estão a implementá-la, de forma que consigamos sensibilizar todos os nossos adeptos, os mais velhos e, em especial, os mais novos, para que se vacinem e rapidamente possamos ter esta normalidade tão ansiada por todos de estarmos nos estádios e voltar a conseguir abraçar-nos”, finalizou Sónia Carneiro.
Os dois escalões devem arrancar no fim de semana de 07 e 08 de agosto, enquanto a primeira fase da Taça da Liga está marcada para 25 de julho, uma semana antes da segunda ronda, que decorrerá em simultâneo com a Supertaça Cândido de Oliveira entre o campeão nacional Sporting e o Sporting de Braga, vencedor da Taça de Portugal.
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