“A instrução do processo está a cargo do Juiz Philippe Richard e as investigações têm avançado devagar dada a complexidade das ligações de Luciano D’Onofrio com várias empresas, sociedades e clubes de futebol”, disse Demonceau, que admitiu que a International Agency For Marketing, alegadamente propriedade de D’Onofrio, “é uma peça fulcral da investigação”.

O Procurador belga explicou que “a carta rogatória enviada para Portugal foi apenas uma de várias que foram expedidas para as autoridades judiciais de outros países europeus”, nos quais decorreram “transferências de jogadores de e para alguns clubes com envolvimento do empresário” italo-belga.

No caso da carta rogatória enviada para Portugal, Demonceau escusou-se a avançar com qualquer detalhe sobre a investigação, concedendo apenas que esta envolve “as transferências de alguns jogadores do FC Porto nas quais D’Onofrio esteve envolvido” e que pode significar “a obtenção de mais peças para o puzzle” que a polícia belga “vai compondo”.

Quanto ao envio de agentes da unidade de combate ao crime financeiro da polícia belga, o Procurador justificou-a com o facto da presença daqueles “ser uma ajuda importante para a policia portuguesa” nas buscas efectuadas à SAD do FC Porto, “por conhecerem o dossier a fundo”.

As polícias portuguesa e belga entraram, quarta-feira, nas instalações da SAD portista para analisar documentação referente a algumas transferências de jogadores do FC Porto, nas quais houve envolvimento de Luciano D’Onofrio, nomeadamente as de Vítor Baía para o FC Barcelona, de Sérgio Conceição para a Lazio e de Folha para o Standard de Liége, em duas alturas distintas.