Bruno de Carvalho completa esta quarta-feira três anos como presidente do Sporting Clube de Portugal, e a um ano de fechar o seu primeiro mandato enquanto líder do emblema leonino reunimos algumas das frases mais marcantes de um dirigente que definitivamente não tem gerado consensos no futebol português.

Quando Bruno de Carvalho chegou à presidência do Sporting em 2013, o clube de Alvalade estava praticamente irreconhecível perante uma grave crise de resultados desportivos e profundos problemas a nível financeiro. As direções anteriores a Bruno de Carvalho falharam em vários aspectos e não conseguiram cumprir os respectivos programas eleitorais.

E foi num clima conturbado em que muitos chegaram a prognosticar o fecho de portas do clube, que Bruno de Carvalho alcançou a liderança do Sporting com um espírito de missão de reabilitar um dos maiores emblemas desportivos em Portugal.

Passados três anos em Alvalade, o trabalho de Bruno de Carvalho enquanto presidente do Sporting destaca-se maioritariamente a nível da gestão e da reestruturação financeira levada a cabo, assim como o regresso do clube a uma posição de respeito perante os rivais.

Apesar dos títulos conquistados em várias modalidades, um dos factores negativos apontados à direção de Bruno de Carvalho tem sido a forma como o presidente do Sporting tem gerido a comunicação do clube perante tudo e todos.

Se no início do seu mandato, Bruno de Carvalho parecia trazer um espírito guerreiro e idealista para a reforma do futebol português, agora, passados três anos, os rivais, e não só, apontam-lhe sérias responsabilidades pelo atual clima de crispação entre os clubes devido à sua forma de comunicar.

Recorde agora as frases que têm marcado o mandato de Bruno de Carvalho

"Hoje é um dos dias mais alegres da minha vida. A partir de agora mandamos nós. O Sporting é nosso outra vez!", 23 de março de 2013.

"Vamos dar tudo o que temos e, com certeza, que as coisas vão correr melhor e vamos diminuir as tristezas dos sportinguistas", 27 de março de 2013.

"Deixar os jovens brilhar na equipa principal sem terem a sua situação definida, é burrice de todas as pessoas envolvidas", 11 de junho de 2013 sobre o caso Bruma.

"Urge esclarecer o passado. Em 1995, Sporting era muito rico em património; agora é pobre. Se calhar, foi só azar", 11 de dezembro de 2013 sobre a auditoria.

"Querem fazer-nos parvos? Quando falo, é para haver punição. Quando os outros falam, os árbitros admitem os seus erros", 17 de fevereiro de 2014.

"É fundamental serem os sportinguistas a dizer basta! Está na hora de se mobilizarem, de falar e de agir em defesa do clube", 10 de março de 2014.

"Participação disciplinar do FC Porto é desespero e senilidade. Benfica teve um reforço de peso: as nomeações da arbitragem", 19 de março de 2014.

"Tenho pena que [Einstein] não tenha conhecido Pinto da Costa e a comitiva que o acompanha. Porque em vez de falar em universo e estupidez, falaria de uma frase célebre de um treinador português: um vintém é um vintém e um labrego é um labrego", 19 de março de 2014.

"Realmente, há muitos clubes: uns que acham que são grandes, uns que gostariam de ser grandes, e depois há um que é grande, que é o Sporting Clube de Portugal", 15 de abril de 2014.

"Não temos dúvidas que naquilo que ao futebol diz respeito não temos este ano possibilidade de conquistar títulos, mas conquistámos algumas coisas, conquistámos o respeito próprio, o respeito dos nossos rivais, dos portugueses, de quem olhava para nós como se já não contássemos", 16 de abril de 2014.

"Na gíria popular, porque sabemos que o futebol português está bipolarizado, isto funciona como o ânus, onde temos duas nádegas que se enfrentam uma à outra dizendo: 'estou aqui e sou melhor que tu'", 4 de junho de 2014.

"A bipolarização é aquilo que me ofende. Se calhar, estou a pôr a nu o que é uma mentira há 12 anos. A aliança existe há muito tempo. Aliança entre os que fazem bipolarização do futebol português. Preferem outros clubes mais fracos que não conseguem dar luta. Claro que é o Benfica e FC Porto", 6 de junho de 2014.

"Uma das grandes vantagens do Sporting é que se chama Sporting Clube de Portugal (...). Nós representamos Portugal, os outros representam províncias ou bairros", 9 de outubro de 2014.

"Luís Filipe Vieira sofre de egocentrismo agudo e quando for grande quer ser o futuro papa do futebol português", 14 de fevereiro de 2015.

"Já ouvimos um pouco de tudo, que este pavilhão não passará desta pedra. Chego a ouvir que o tribunal e a Doyen vão ser o fim do projeto. Aqui, tomando a responsabilidade, digo: Doyen a quem doer, a obra estará pronta em dezembro de 2016", 27 de março de 2015.

"Hoje estamos a desfrutar este título. Era o primeiro objetivo da época e está vencido. É isso que me sabe bem, falar pouco mas dizer que fui campeão como aconteceu neste momento", 9 de agosto de 2015 após a vitória na Supertaça.

"Não podemos ser hipócritas. Entrar na Liga dos Campeões é importantíssimo. Não acontecendo, teremos que nos sentar e pensar um bocadinho. Estamos confiantes e é algo em que não pensamos e que nos passa pela cabeça. Não acontecendo, tomaremos algumas decisões", 13 de agosto de 2015.

"Caro Mr. Burns [João Gabriel, diretor de comunicação do Benfica], se é guerra que quer é guerra que terá. Vá chamando o seu exército de falsas 'virgens ofendidas' e 'dinossauros esquecidos'", 18 de agosto de 2015.

"Quem intervém no jogo e rouba tem de ser preso, não existe outra solução", 27 de agosto de 2015 em reação à arbitragem do jogo CSKA-Sporting, em Moscovo.

"Não caiam no mito urbano dos seis milhões de adeptos do Benfica. Eles são 4,5 milhões, nós 3,5 milhões e temos quase tantos sócios como eles", 27 de setembro de 2015.

"Acho que os 457 milhões do acordo [do FC Porto] com a MEO vai dar uma equipa de ciclismo tremenda", 28 de dezembro de 2015.

"Não chamei corrupto a ninguém, não usei essa expressão. É uma palavra que nem gosto por causa da fonética, é uma expressão apardalada", 20 de janeiro de 2016.

"Onde estava o Sporting CP se eu não estivesse cá? Resposta: Falido após alimentar muitos chulos que gravitam à volta do futebol", 3 de fevereiro de 2016.

"O presidente do sindicato dos jogadores do Peru está eufórico com a ida de Carrillo para o Benfica. Compreende-se, finalmente o peru pode ir às galinhas...", 4 de fevereiro de 2016.

"No final desses programas [debates televisivos de desporto], para além das lágrimas que me corriam pelo rosto com tamanha bondade do Luís [Filipe Vieira], não sei se o meu sentimento foi de pedir imediatamente a beatificação do homem ou propor a sua candidatura a próximo Nobel da Paz", 2 de março de 2016, sobre o facto do presidente do Benfica pedir para que Slimani não fosse castigado antes do Sporting-Benfica.