A Benfica TV encaixou no último ano «muito mais» que os 22 milhões de euros que a Olivedesportos propunha por época para transmitir os jogos de futebol do clube, revelou hoje o administrador financeiro da SAD encarnada.

Em entrevista hoje ao canal do clube, no dia em que a Benfica TV cumpre 5 anos de emissão, Domingos Soares de Oliveira disse que no primeiro ano em que transmite os jogos em casa, «o Benfica vai buscar muito mais do que os 22 milhões de euros» da proposta de 2011 da Olivedesportos.

A Olivedesportos, que detém a Sport TV, apresentou ao Benfica uma proposta de renovação da cedência dos direitos de transmissão televisiva por cinco épocas (2013 até 2018), no total de 110 milhões de euros.

O mesmo responsável explicou que os rendimentos de uma TV por subscrição têm quatro ou cinco componentes, sendo que a primeira é o número de assinantes.

Domingos Soares de Oliveira adiantou que a Benfica TV chegou aos 232 mil assinantes no final do mês de novembro, acima do total previsto para o ano, e que o canal espera terminar o ano de 2014 com 300 mil assinantes.

«Após o entusiasmo inicial, o crescimento dos assinantes depende da componente desportiva, da performance desportiva da equipa, bem como da possibilidade de acrescentar conteúdos», disse o administrador.

Nas outras componentes da receita surgem a publicidade (do canal e da primeira linha do relvado no estádio da Luz), bem como os contratos de distribuição internacional da Benfica TV – que, segundo Domingos Soares de Oliveira, já estão 50 por cento acima do valor do contrato anterior com a Olivedesportos (de 7,5 milhões de euros/época).

Todas estas componentes - a que se junta a possibilidade de receita adicional devido à cedência de jogos a canais generalistas por imposição legal - significam que as receitas da Benfica TV «ultrapassam de forma significativa o valor proposto há dois anos».

O administrador da SAD também se mostrou confiante de que, em velocidade de cruzeiro, o canal do clube alcançará os 40 milhões de euros por ano.

Domingos Soares de Oliveira adiantou ainda que alguns clubes foram pressionados no sentido de não assinarem contrato com a Benfica TV para que fosse esta a transmitir os seus jogos caseiros (tal como fez o Farense, da II Liga).

«Houve clubes que efetivamente se sentiram pressionados a não assinar contratos com a Benfica TV», disse o administrador, referindo o exemplo concreto do Académico de Viseu.

O canal encarnado, acrescentou, conversou com "todos os clubes promovidos à Liga de Honra e que não tinham contrato com Joaquim Oliveira [Olivedesportos]".

«Oferecemos contratos melhores do que têm hoje. Se [assinaram com a Olivedesportos e] não foi por dinheiro , foi por outra razão qualquer», disse.

O Benfica considera que uma eventual centralização dos direitos de transmissão na Liga de Clubes, como propõe o presidente da entidade, Mário Figueiredo, “não põe em causa a Benfica TV” caso exista um processo aberto sobre quem pode transmitir jogos e não se crie uma obrigatoriedade "a priori" de ser a Sport TV a ganhar.

«Se assim for ganham os mesmos e não os clubes», concluiu.