O presidente da direção da Académica garantiu hoje que os estatutos do Organismo Autónomo de Futebol estão em consonância com os da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ), recentemente criada ao abrigo da nova legislação de sociedades desportivas.

Em conferência de imprensa, José Eduardo Simões anunciou, no entanto, que a partir de 1 de setembro o clube vai enviar uma comunicação aos sócios a explicar a constituição da nova sociedade e anexando os estatutos de forma a que todos os associados «possam avaliar, tecer considerações e dar sugestões para a sua melhoria, sendo óbvio que há contornos que não podem ser alterados devido à legislação das sociedades comerciais e às leis gerais».

A intenção do líder academista é que em final de outubro ou início de novembro uma comissão, que será criada entretanto, juntando um elemento de cada órgão social e um sócio de referência com formação na área do direito, possa elaborar uma proposta, que será submetida a uma assembleia-geral referendária.

«Há uma validade inequívoca dos estatutos da SDUQ face aos estatutos da Associação Académica - OAF, disso não há a menor dúvida. E os prazos a cumprir foram apertadíssimos e conseguimos cumprir, de maneira a que a equipa pudesse ser inscrita na Liga», sublinhou o dirigente.

Segundo José Eduardo Simões, houve situações em que a direção do clube pretendeu «ir muito mais longe do que outras propostas de estatutos conhecidas em termos restritivos ao nível daquilo que são as obrigações e as capacidades dentro da SDUQ nos diversos órgãos - gerência, assembleia-geral e fiscalização».

O presidente da Académica criticou os sócios que, na passada quinta-feira, chumbaram o orçamento do Organismo Autónomo de Futebol para a próxima época por não concordarem com a forma como a nova sociedade foi criada, acusando-os de «interesses políticos, politiquice baixa» e de agirem de acordo com um «calendário político».

Acompanhado de três vice-presidentes do clube, José Eduardo Simões salientou que, para proteger e valorizar a Académica OAF, o capital social da SDUQ foi realizado em dinheiro (250 mil euros) e não em transferência de espécie e apenas foram transferidos os ativos que eram os contratos desportivos de jogadores e treinadores.

«Nem sequer os direitos económicos dos jogadores transitaram para a SDUQ, ficaram na Académica OAF. Se um jogador for vendido é a Académica OAF que recebe. Isto é mais uma forma de protegermos e valorizarmos o papel» do clube, sublinhou o responsável, salientando que também os bens materiais e o valor das quotas ficaram no OAF.

Os sócios da Académica aprovaram a 25 de maio, em Assembleia-Geral extraordinária, a constituição de uma SDUQ, em vez de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) proposta pela direção.