A poucos dias de mais um dérbi da 2ª Circular analisámos com Eurico Gomes os atuais momentos de ambas equipas separadas por apenas um ponto na tabela classificativa, mas separada com uma moral muito subjectiva entre ambas, pois as três vitórias do Sporting de Jorge Jesus sobre o Benfica de Rui Vitória vão pesar num jogo que será de carácter decisivo para as definições na tabela classificava de 'leões' e 'águias'.

"Um dérbi é sempre diferente há uma máxima que não existem dois jogos iguais, os clubes já se defrontaram muitas vezes, eu fiz alguns jogos para um lado e para o outro muitas vezes, mas nunca houve este jogo, nunca houve este jogo. Se calhar é aí que está a beleza e o valor que tem e o que representa o futebol para as pessoas que não existe nada repetido. O Sporting e o Benfica, e Benfica e Sporting jogaram já tantas vezes na sua história, mas esse jogo, o próximo jogo, nunca foi jogado", corta para canto o ex-defesa central de Benfica e Sporting quando lhe pedimos uma antevisão para o dérbi de sábado.

As três derrotas do Benfica esta época frente ao Sporting faz da equipa de Jorge Jesus favorita? Que equipas espera ver no sábado?

"Tirando uma primeira fase do início da época, o Benfica começou mal, lembramo-nos todos disso, e depois de engrenar a máquina aparece hoje com um registo de uma equipa muito automatizada com boa mecânica de jogo, boa harmonia, boa técnica, a introdução de um discurso tranquilo de Rui Vitória, ajudado pela estrutura de retaguarda que também deu jogadores nessa fase difícil, a chamada vitamina da moralização, os jogadores foram crescendo, algumas introduções felizes de jovens misturados com muita experiência, e o Benfica aparece nesta altura e neste jogo como uma equipa a praticar um belíssimo futebol, tecnicamente, ainda para cima com um pendor e uma força atacante sempre de registar, a contrapor aqui um estilo, uma forma bem diferente do Sporting", começa por dizer sobre o Benfica.

"Este é um Sporting com mais pragmatismo no seu dia a dia, mais físico. Uma equipa que gosta do desgaste direto, e que procura também tirar partido disso e com trabalho muito forte do ponto de vista psicológico de Jorge Jesus em relação e aos jogadores. Há muita crença, muita qualidade nos seus jogadores do Sporting, e muitas soluções, acho que o Sporting no inverno fez acrescentar ao plantel e à equipa muita qualidade", analisou sobre o Sporting.

"São duas equipas a fazer um estilo de jogo muito diferente, o Benfica com muita precisão e brilho na qualidade técnica dos seus jogadores colocados ao serviço da equipa. O Sporting com os jogadores de muita qualidade individual, a fazer um grupo de trabalho onde pontifica a força e o jogo mais direto e também metendo aí, não pode acontecer jogo de qualidade nem resultados positivos sem muita qualidade colectiva, o Sporting hoje é uma equipa que é capaz de jogar com 13 jogadores, ou 14 neste caso, em que temos os 11 mais dos três jogadores da substituição, no mesmo jogo, porque tem três suplentes que ao entrarem em jogo vêm para campo com o mesmo conceito e metodologia que o seu treinador Jorge Jesus trabalha com a persistência para os jogos", acrescentou Eurico sobre as diferenças entre equipas.

"As equipas são a imagem e a semelhança dos seus treinadores. Os soldados seguem Generais portanto, o Jorge Jesus é um treinador emocional, é muito emotivo, põe toda a sua emoção nos jogos, e os jogadores acho que são o espelho dele", frisou o treinador português.

"O facto do Benfica ter perdido os três jogos faz do Sporting favorito no dérbi? Isso vai para o jogo, isso vai entrar no jogo, não faz a diferença porque estas duas equipas nunca jogaram. Estas duas equipas nunca jogaram uma contra a outra, os clubes é que já jogaram centena de vezes, e quando digo equipas estou-me a referir ao jogo que é um novo jogo com um grupo de intervenientes nunca jogaram os clubes defrontam-se, mas as equipas são sempre novas, penso que o futebol tem esta magia toda de quem ninguém consegue adivinhar o que vai acontecer, ninguém adivinha, porque se adivinhasse era uma história que estava contada mas nunca mais se lia não é? Os dérbis são mágicos porque são incertos", sentenciou Eurico Gomes.