O caso dos emails volta a tribunal esta quarta-feira, dia em que tem início a fase de instrução do processo. Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, Júlio Magalhães, ex-diretor do Porto Canal e Diogo Faria, diretor de conteúdos da FC Porto media, vão ser ouvidos pelo juízo de instrução criminal de Matosinhos.

De acordo com o jornal Correio da Manhã, o clube portuense alega que as 'águias' investigaram factos da vida privada de vários árbitros, nomeadamente a existência de amantes, com o objetivo de extorquir informação dos mesmos.

"Vemos que os assistentes não tiveram pudor em tomar conhecimento e guardar para si, sabe-se lá para quê, informações de natureza confidencial e privada, relativas à intimidade dos visados," pode ler-se no requerimento de abertura de instrução.

O FC Porto aponta o dedo a Pedro Guerra, salientando que o comentador televisivo ligado ao Benfica queria “manter toda esta informação de natureza sensível, íntima e privada” para usá-la "em seu proveito, através de chantagem ou pressão”.

Em fevereiro de 2020, o Ministério Público (MP), no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), acusou Francisco J. Marques de seis crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, três dos quais agravados, e um crime de acesso indevido.

Júlio Magalhães está acusado de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, agravados, enquanto Diogo Faria, comentador no programa "Universo Porto – da Bancada", do Porto Canal, através do qual foram revelados os conteúdos dos e-mails do Benfica, está acusado de um crime de violação de correspondência ou de telecomunicações e outro de acesso indevido.

Na acusação particular deduzida pelo Benfica são também imputados a Francisco J. Marques seis crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados, cinco a Júlio Magalhães e um a Diogo Faria.