O FC Porto, que esta quarta-feira apresentou um prejuízo consolidado recorde de 58,4 milhões, propõe-se reverter estes resultados nos próximos três anos com a redução dos custos do plantel principal, que ultrapassa os 100 milhões de euros.

Os números foram apresentados pelo administrador da SAD portista Fernando Gomes, no Dragão Caixa, que apontou como solução a redução em 20 milhões dos custos do plantel e, simultaneamente, evitar que a venda de jogadores seja tão importante para as contas.

“Em pouco tempo houve uma inflação dos custos do plantel, que, entende a administração, devem ser ponderados no sentido da sua inversão. Vamos descer os custos do FC Porto para que a venda dos jogadores não seja tao imperiosa no futuro”, disse.

A redução dos custos com o plantel só será possível a curto prazo com a renovação da equipa, concretamente com a saída de jogadores que auferem salários elevados, e com a contratação de outros com os salários e encargos mais baixos.

“Não são bons resultados”, explicou Fernando Gomes, acrescentando que os números poderiam ser diferentes se o FC Porto tivesse aceitado as propostas para a venda de Danilo, André Silva e Herrera, no total de 95 milhões de euros.

Os números, ainda de acordo com o dirigente, refletem a opção assumida pelo clube em manter a “força e a espinha dorsal da equipa”, evitando a venda dos referidos jogadores, com a missão de garantir o apuramento para a Liga dos Campeões.

“Os custos com o pessoal têm crescido nos últimos anos e isso tem que levar um novo rumo”, referiu Fernando Gomes, recordando que na época de 2013/2014 os encargos com a equipa principal, referentes a salários mais amortizações, rondavam os 60 milhões.

Fernando Gomes abordou ainda a questão do ‘fair-play’ financeiro que não iria ser cumprido por parte do FC Porto e do diálogo que o clube tem mantido com a UEFA, que deverá anunciar, em breve, as consequências do incumprimento, que pode levar a sanções ou apenas acompanhamento.

O administrador portista disse que o clube está no ano zero, assumindo uma nova política, reduzindo o custo do plantel sem o desfalcar e diminuir o peso nas contas da venda dos jogadores.

“As contratações do FC Porto têm permitido salários muito elevados, inflacionando-os para além do razoável”, sustentou Fernando Gomes, esclarecendo que isso não significa alguma forma perda de competitividade, eficiência ou eficácia.

Outras razões apontadas por Fernando Gomes para os maus resultados do FC Porto, para além dos custos com o plantel e da (não) venda dos jogadores, são as quebras de receitas de participação nas provas europeias e as indemnizações a Julen Lopetegui e José Peseiro.