As duas melhores equipas portuguesas do momento, FC Porto e Benfica, 'acertam contas' no próximo sábado, no Dragão, sabendo que quem vencer o clássico fica com o caminho aberto para a conquista do título nacional de futebol.
Depois do colapso de Sporting, primeiro, e Sporting de Braga, depois, a luta ficou mesmo reduzida a dois, com os grandes rivais deste século - repartem todos os campeonatos desde 2003 - separados por um ponto apenas, quando faltam 11 jornadas para o fim da prova.
Esta semana, ambos tiveram excelentes momentos, com vitórias concludentes e de 'nota artística'. Ninguém pensa noutra coisa que a vitória, se bem que o empate beneficie os 'dragões', só que perdendo qualquer margem de erro.
Para o campeão FC Porto, o primeiro ato de um 'ciclo infernal' começou com a vitória sobre o Sporting de Braga, terça-feira, um 3-0 na primeira mão da meia-final da Taça que deixa o caminho aberto para a final do Jamor.
O segundo é o jogo de sábado e o terceiro é logo a seguir, com a receção à Roma, para a Liga dos Campeões, onde 1-0 chega para continuar a somar milhões de euros na contabilidade.
Mais folgado está o Benfica, que segunda-feira goleou o Chaves, por 4-0, confirmando-se como o ataque mais concretizador. Tem mais um dia de descanso, mas depois do Dragão também não tem muito tempo para recuperar o fôlego, já que começa a 'fazer as malas' para a viagem a Zagreb.
Sem descurar totalmente a Taça e as competições europeias - onde de resto estão muito bem -, é o jogo de sábado que Benfica e FC Porto assumem como 'jogo do ano', determinante para novo título de um 'diálogo a dois' especialmente intenso nas últimas épocas.
Os últimos 10 anos são bem imagem desse equilíbrio, com cinco títulos para cada lado, algumas vezes decididos nas últimas jornadas, por pormenores.
Com Sérgio Conceição, o FC Porto recuperou na última época toda a mística que o Benfica começava a colocar seriamente em xeque. E nesta época, a imagem manteve-se, com uma carreira exemplar na Taça e Liga dos Campeões, só fraquejando um pouco nas últimas jornadas do campeonato.
Muito flagelado pelo problema de lesões, o plantel do 'dragão' tem sabido reinventar-se. Para sábado, volta a ter dúvidas essenciais, que se prendem com a recuperação de Danilo ou Brahimi, mas sobretudo Marega, que pode ser o 'trunfo' a lançar sábado.
Soluções não faltam ao FC Porto, que tem tido Herrera e Óliver como 'patrões' do meio-campo e Soares em grande estilo, como ponta de lança, enquanto Aboubakar não regressa.
Do lado do Benfica, o momento é pura e simplesmente de euforia pelo que Bruno Lage tem feito, desde que se sentou pela primeira vez no banco, no dia de Reis, para orientar uma recuperação de 0-2 para 4-2, ante o Rio Ave.
Desde então, tudo lhe corre bem, sobretudo no campeonato, onde só soma vitórias e resultados volumosos, incluindo o histórico 10-0 ao Nacional. É já detentor da segunda melhor série vitoriosa, entre os treinadores que pegaram na equipa, só superado por Sven-Goran Eriksson.
De início solução interna temporária para a saída de Rui Vitória, as coisas correram tão bem a Lage que lhe foi oferecido o prolongamento do contrato por quatro épocas.
A sua imagem de marca, que vai manter no Dragão, ninguém duvide, é a aposta na prata da casa, jogadores oriundos da formação do clube, como os centrais Ferro e Rúben Dias, Florentino ou João Félix, o novo 'menino bonito' do clube.
Para trás, pelo menos como titular, ficou Jonas, o goleador das últimas épocas, enquanto ganham protagonismo Gabriel, o novo 'dono' da posição 8, ou Seferovic - o suíço já é o melhor marcador do campeonato, sem recurso a bolas paradas.
Duas equipas temíveis, os atuais FC Porto e Benfica, bem acima da concorrência interna e ambas com bom trajeto europeu. Uma delas vai ser - quase de certeza - campeã nacional.
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