O projeto de ressuscitar as equipas B dos principais clubes de futebol corre risco de falir antes da sua concretização, com a renúncia hoje revelada à Lusa por FC Porto, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães.

FC Porto, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães, que tinham demonstrado interesse em avançar com a criação de equipas B, para competir na Liga de Honra já na próxima época, colocam agora mais longe essa possibilidade, enquanto o Sporting mantém o projeto de pé.

O volte-face foi provocado pela votação na segunda-feira de duas propostas, em sede do Conselho de Presidentes da Liga, no Porto, de criação de uma «mecanismo de solidariedade» que faria reverter uma percentagem das receitas televisivas das equipas B para os restantes clubes da Honra.

As propostas, a primeira de três por cento e a segunda de um por cento, foram rejeitadas por falta de unanimidade, mas os clubes receiam que a ideia possa ser aprovada em Assembleia-Geral e os regulamentos alterados.

Além de FC Porto, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães, também Sporting, que revelou à Lusa a sua intenção de manter o projeto, Marítimo, que já compete com uma formação secundária na II Divisão, e Benfica tinham manifestado a vontade de competir com uma equipa B.

Uma fonte do FC Porto, contactada pela Lusa, revelou que o clube não irá avançar com o seu projeto de equipa B, como noticiam hoje O Jogo, o Jornal de Notícias e o Público.

Os portistas entendem que a compensação é injusta e, perante a incerteza da sua aprovação, preferiram deixar cair o projeto, mesmo depois de já terem feito investimentos para 2012/2013.

«Se isso for aprovado, o Sporting de Braga deixa cair o projeto da equipa B», disse à Lusa fonte do clube.

«Não há disponibilidade para negociar, o clube não está disposto a prescindir nem meio por cento», acrescentou.

Posição idêntica à do Sporting de Braga tem o “vizinho” Vitória de Guimarães, de acordo com o que adiantou à Lusa o diretor desportivo, José Pereira.

«O Vitória de Guimarães entendeu criar uma equipa B no pressuposto de que elas seriam uma mais-valia para a Liga de Honra pela participação de equipas que levariam mais gente aos estádios, que proporcionaram mais transmissões televisivas. A contrapartida seria emprestar o seu prestígio, o seu nome, a sua marca àquela prova. No nosso entender, é mais que do que suficiente», explicou à Lusa.

A partir do momento em que os emblemas da Honra exigiram ficar com essa percentagem dos direitos televisivos, «todos os clubes envolvidos na questão disseram que não avançariam», lembra o dirigente vitoriano, lamentando que, «mais uma vez, se alterem as regras a meio do jogo».

Se a proposta continuar em cima da mesa, José Pereira sublinhou que deverá ser a nova direção do emblema vimaranense, a eleger a 31 de março, a tomar uma posição.