Uma das críticas que se tem feito a Julen Lopetegui é a questão da rotatividade que este implementa na equipa do FC Porto desde o início da temporada. O técnico espanhol opta sempre por trocar alguns futebolistas no alinhamento inicial, seja no ataque, no meio-campo ou na defesa. Esta tendência tem sido atenuada nos últimos encontros, de forma a minimizar o risco de perder pontos que pairava na Invicta.

A equipa roda à volta de sete ou oito jogadores, alterando sempre os restantes, seja por ordem tática seja com o objetivo de surpreender o adversário. Embora se peça que se dê ao setor defensivo maior estabilidade, porque teoricamente funcionaria de forma mais coesa, os números dos “dragões” desmentem-no. Mas vamos por partes.

A dupla Martins Indi-Maicon foi a escolhida por Lopetegui para iniciar a temporada, tendo realizado os primeiros sete encontros dos portistas (quatro no campeonato e três na Liga dos Campeões). Mas foi no jogo com o Boavista (0-0), na 5.ª jornada, que se viu a primeira alteração no centro da defesa com a entrada de Iván Marcano para o lugar do central luso-holandês. A situação traduziu-se na segunda vez que a turma portista perdeu pontos.

A partir daqui começou o carrossel de trocas. A dupla Indi-Maicon é aquela que está mais rotinada, com 14 jogos. A parelha Indi-Marcano conta com cinco partidas concluídas, enquanto Marcano e Maicon partilharam o mesmo terreno em três ocasiões. O duo Indi-Marcano é aquele que tem piores resultados defensivos (3 golos sofridos – média de 1,6 por encontro), enquanto Indi e Maicon permitiram que a bola entrasse na baliza “azul e branca” com sete golos sofridos (0,5 por encontro).

Marcano é um atleta pouco talismã para o FC Porto, pois esteve presente nas duas derrotas sofridas pelo FC Porto - contra Sporting (3-1) para a Taça de Portugal e Benfica (2-0) - no último fim-de-semana. Há ainda a ter em conta Diego Reyes. O quarto central do plantel ainda não teve qualquer oportunidade e parece, para já, não entrar nas contas de Lopetegui.

No entanto, as estatísticas desmentem esta teoria. A par do Benfica, o FC Porto é a formação que menos golos sofreu no campeonato (7), realçando-se que, antes do encontro com os “encarnados”, era a menos batida com cinco tentos. Se alargarmos esta visão a todas as provas, os “dragões” apenas deixaram entrar na sua baliza 14 tentos em 22 partidas. A título de exemplo, o Benfica sofreu 18 no mesmo número de partidas, o que acaba por tornar o “swing” defensivo portista mais eficaz do que a estabilidade da “águia”.