Vítor Baía analisou hoje a atualidade do FC Porto e garantiu que vai continuar a ser uma "voz crítica e construtiva" do clube.

Em declarações prestadas à margem da apresentação do livro "FIFA Nostra", do jornalista Luís Aguilar, o antigo guarda-redes portista 'pede' mudanças no clube no sentido de voltar a apostar na sua formação. "O FC Porto tem de se centrar naquilo que fez o FC Porto campeão da Europa e que foi a partir daí que começou a sua hegemonia nacional. Tem a ver com a sua cultura, com o seu ADN e com a sua formação, com jogadores que sentem verdadeiramente o clube, e não se transformar no entreposto que vemos neste momento. Não me agrada ver o FC Porto com jogadores de passagem e com outros objetivos", atirou Baía.

Confrontado com os rumores que chegaram a circular sobre uma eventual candidatura à presidência dos dragões, o ex-internacional português aproveitou para desfazer equívocos... e críticas.

"Aquilo que foi falado foi um sentimento se me sentiria preparado ou não para um dia, se o FC Porto sentisse ou houvesse essa necessidade, de poder ter um cargo de grande importância no FC Porto. A minha relação com o FC Porto é umbilical, nada nem ninguém a poderá beliscar nunca. É uma relação de amor, sem qualquer tipo de pretensão ou de outro aproveitamento que não aquele que é de um sentimento puro e honesto de alguém que deu a vida por aquele clube. E que sabe como ninguém como é que o clube funciona e o potencial que tem para continuar a ser uma potência a nível mundial. Foi essa a minha abordagem e continuo a ser uma voz crítica mas positiva do dia a dia de um clube que eu adoro. Ponto".

Já dentro das quatro linhas, para Vítor Baía, o triunfo no clássico sobre o Benfica deveu-se a "um jogo de coragem, de espírito de superação e de sacrifício". No entanto, lamenta o desaire na Liga Europa frente ao Borussia Dortmund: "Os condicionalismos do último jogo não deram para mais e tenho pena, porque pode pôr em causa uma possível passagem à próxima eliminatória da Liga Europa", referiu, acrescentando que teria apostado "sem dúvida" no jovem Verdasca para a posição de defesa central, em detrimento das adaptações promovidas por José Peseiro.

Todavia, o ex-jogador do FC Porto deixou elogios ao trabalho do técnico desde que entrou no clube, há cerca de um mês. "Tenho de realçar o excelente trabalho de José Peseiro, porque não é fácil apanhar a equipa como apanhou e ter conseguido a vitória extraordinária que conseguiu no Clássico", rematou.