A justiça interna da FIFA recusou hoje conceder a Michel Platini a possibilidade de recorrer ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) para contestar a suspensão de oito anos de todas as atividades ligadas ao futebol que lhe foi decretada.

O anúncio foi feito em comunicado pelos advogados do francês, que se dizem vítimas de “sabotagem”. “Impedido pela FIFA de recorrer diretamente ao TAS (…), Michel Platini e a sua equipa denunciam uma sabotagem que visa impedir a sua eleição para a presidência da FIFA”, pode ler-se.

Para poder recorrer diretamente nesta fase ao TAS, Platini necessitava do acordo da FIFA – quando receber os fundamentos da sanção que lhe foi decretada, o presidente suspenso da UEFA pode apenas recorrer para a instância de recursos da própria FIFA e aguardar o seu veredito.

A recusa da FIFA em viabilizar o recurso direto ao TAS torna ainda mais remota a possibilidade de Platini se apresentar como candidato à sucessão de Joseph Blatter, nas eleições para a presidência da FIFA agendadas para 26 de fevereiro.

Já hoje, Platini tinha afirmado ser sua intenção “lutar de tribunal em tribunal” contra o que considera “uma injustiça” a que está a ser submetido.

A justiça interna da FIFA condenou na segunda-feira Michel Platini à suspensão por oito anos de todas as atividades ligadas ao futebol por ter recebido um pagamento de 1,8 milhões de euros em 2011 do também suspenso presidente da FIFA, Joseph Blatter, por alegados serviços de consultadoria prestados em 2002.

O pagamento em 2011 por serviços prestados em 2002 foi efetuado com base num contrato oral, de acordo com Platini, um tipo de compromisso aceite na Suíça.

A justiça interna da FIFA considerou ter existido “abuso de posição” e “conflito de interesses” no caso julgado, infrações que levaram à suspensão em tudo semelhante de Joseph Blatter.

“Os membros da comissão de Ética [da FIFA] estão mais empenhados numa questão de calendário - para me impedir de me apresentar a tempo à eleição para a presidência da FIFA – e na maledicência do que na ética. Não são éticas, são patéticas”, afirmou Platini.

A acusação interna da FIFA neste processo começou por pedir o afastamento vitalício da antiga estrela francesa de todas as atividades ligadas ao futebol, mas a acusação de corrupção acabou por não se manter, tanto contra Platini como contra Blatter.