Várias personalidades do futebol português prestaram hoje uma homenagem a Eusébio da Silva Ferreira, na cerimónia de trasladação do corpo para o Panteão Nacional, que consideraram justa.

Antes dos discursos protocolares da cerimónia de transladação do corpo de Eusébio para o Panteão Nacional, Hilário, antigo jogador do Sporting e companheiro de Eusébio na seleção portuguesa, explicou que o ‘pantera negra’ era "um irmão", afirmando que a sua não ida para os ‘leões’ foi o seu "único desgosto".

"Como não podemos esquecer a minha amizade com o Eusébio é de infância. Era como se fosse um irmão. Quando viajávamos com a seleção o quarto que era para o Eusébio era para o Hilário. Era uma pessoa por quem tinha muita simpatia, e o único desgosto que tive com o Eusébio foi ele não ter vindo para o Sporting. Era eu que estava a tratar para ele vir para o Sporting e a direção do Sporting queria que o Eusébio viesse fazer um teste para verem, não queriam que viesse com contrato feito", explicou.

Além de Hilário, que considerou "justíssima" a trasladação de Eusébio para o Panteão Nacional, "por tudo aquilo que fez pelo futebol português", António Veloso também prestou homenagem ao antigo futebolista que considerou ter sido "um jogador de todos os portugueses".

"[Eusébio] Não foi um jogador do Benfica, mas sim um jogador de todos os portugueses, porque todos os portugueses tinham uma admiração enorme pelo Eusébio, por aquilo que foi, pela sua humildade. Eu tive o prazer de no primeiro ano em que vim para o Benfica ter o Eusébio como adjunto juntamente com o Toni [treinador]. No primeiro dia em que pisei o relvado ele disse para trabalhar, que certamente ia ter uma oportunidade e assim foi", disse.

António Simões, que tal como Hilário jogou com Eusébio, e era considerado um irmão por Eusébio reiterou o "privilégio e a honra" de ter sido seu colega, justificando também o seu discurso no ato de concessão de honras de Panteão Nacional ao ‘pantera negra’.

"[Estar aqui] É partilhar o privilégio e a honra de ter sido companheiro de um grande jogador. É estar aqui a desfrutar deste momento especial, bem merecido para Eusébio. Um agradável ser humano. [Sobre o discurso] Procurei as palavras que traduzissem, primeiro que tudo, aquilo que foi Eusébio, pessoal e profissionalmente, e ao mesmo tempo que não escondessem aquilo que foi um sentimento mútuo”, disse

Fernando Seara, conhecido benfiquista e amigo de Eusébio considerou o Panteão Nacional como " o sitio certo e lugar certo" para imortalizar Eusébio.

"O panteão era o sítio certo e lugar certo para o imortalizar. O Eusébio era acima de tudo um grande amigo e quando os grandes amigos são reconhecidos e imortalizados ficamos contentes. Este momento é de felicidade daqueles que gostavam dele, que privavam com ele e a quem contava tanta e tantas histórias", explicou.

Eusébio, que morreu a 05 de janeiro de 2014 com 71 anos, será a 12.ª personalidade portuguesa a ter honras de sepultamento no Panteão Nacional, onde figuram os restos mortais de importantes personalidades do país, entre outros os escritores Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, os políticos Manuel de Arriaga ou Sidónio Pais, ou a fadista Amália Rodrigues.