A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apresentou esta quinta-feira um programa de combate à viciação de resultados desportivos, que o presidente do organismo, Fernando Gomes, qualificou de “um dos maiores flagelos” atuais da modalidade.
O projeto, desenvolvido em parceria com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), contará com uma verba de 100.000 euros e terá como embaixador o ex-futebolista internacional português Pedro Pauleta, atual diretor da FPF.
“O futebol não é compaginável com a falta de transparência, a adulteração da verdade desportiva, a desonestidade, o enriquecimento ilícito, a corrupção ou a batota. O ‘match fixing’ é um dos flagelos do futebol de hoje”, assinalou o líder federativo.
Fernando Gomes lembrou que a FPF já contribuiu para a elaboração da proposta de lei que agrava a moldura penal nos casos de corrupção no desporto, elegendo o combate à viciação de resultados como uma das prioridades do novo mandato.
“Apostamos na prevenção e na formação dos nossos atletas [...], dirigentes, treinadores e árbitros. É fundamental fazer mais no campo da prevenção. Uma ação concertada e eficaz no combate ao ‘match fixing’ passa por reunir meios de combate contra uma ação criminosa”, sustentou.
Além de ações de formação e sensibilização, o projeto pretende estimular a promoção de denúncias através de canais seguros e da figura da delação premiada, a criação de um registo no qual constem os infratores e a apresentação de regulamentação mais punitiva.
Com o lema “deixa-te de ‘joguinhos’”, o programa vai levar os seus promotores a visitar já nesta época vários clubes dos escalões profissionais e seleções nacionais, cujos jogadores se comprometerão, por escrito, a cumprir os objetivos e boas práticas da campanha.
O presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, advertiu que a viciação de resultados é um fenómeno que em Portugal tem “fatores potenciadores de risco”, recordando que o organismo sindical tem sido “uma das vozes ativas no sentido de erradicar ou minimizar o problema”.
Pauleta destacou a “grande responsabilidade” que representa ter sido escolhido como embaixador, assinalando que “o mais importante num jogo de futebol é entrar em campo e saber que se poder perder ou ganhar”: “Um jogo combinado e uma batota e não podemos associar-nos a isso”, disse.
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