Depois de Rui Costa, foi a vez de Francisco Benitez ser entrevistado pela BTV, a respeito das eleições para os órgãos sociais do clube. O candidato falou das contas do Benfica, da composição da sua equipa para a SAD caso venha a ser eleito e ainda sobre a limitação de mandatos.

Composição da SAD em caso de triunfo: "São pessoas já estão comprometidas com a candidatura, verdadeiros profissionais do futebol. Queremos mudar a composição da SAD. Temos tido gestores da área financeira e um administrador que percebe de futebol. Queremos alterar isso. Queremos ter mais gente a perceber de futebol, com provas dadas e ser benfiquista. Provas dadas não é só perceber de futebol, é alguém que já trouxe clubes da segunda até à Europa, alguém que terminou carreira de futebolista e que fez curso e tem uma boa função de própria economia. Gente que conhece o futebol, mas que pode dar mais valia na gestão. Nomes? Não vou dar nomes. Vou informar no dia 10 depois de ganharmos os nomes das pessoas que estão identificadas, que nos ajudaram e estão connosco desde o início."

O que pensa fazer nos primeiros dias de mandato se for eleito? "Temos uma série de medidas no programa para os 100 dias de mandato. Uma auditoria será uma delas. Perceber os atos de gestão e o que aconteceu entre empresas e fornecedores. Tem de ser feito por uma empresa credível sem grandes ligações ao Benfica. Mas vamos mais longe, convocar uma AG e apresentar os resultados aos sócios. O Benfica é dos sócios e eles têm de saber o que se passa e passou. Não podem ser informados pelos jornais e televisões. Isso tem de acabar."

Teme mais processos no Benfica? "Acho que já houve tantos processos e enquanto não se avançar para uma auditoria para se perceber os problemas, teremos essa dúvida sempre. A única forma que temos é fazer uma auditoria profunda, a todas as sociedades, atos de gestão, o que foi feito, para podermos resolver e acabar com as dúvidas e sentimentos que a qualquer altura vai aparecer outro caso."

Transparência: "É importante para os sócios saberem o que se passa no Benfica. Os órgãos sociais têm de perceber que o Benfica é dos sócios. Têm direito a saber tudo. Quando estes dados não aparecem, especula-se. Leva a especulações que prejudicam a imagem do Benfica. Não é suficiente que a informação [sobre transferências] esteja presente em relatórios e contas."

Pagamento de comissões a intermediários: "Não quero intermediários. Não quero gente que ganha dinheiro só porque estabelece contactos com os jogadores e clubes. Quer na compra quer na venda. Não tenho essa necessidade. Preciso é que me deixem ficar com os meus jogadores, porque quero protegê-los e que me deem vitória."

Benfica com maioria da SAD: "É um ponto de honra. Os sócios do Benfica têm que comandar o clube. A mais pequena hipótese de perder o capital da SAD e o poder de gestão levava a demitir-me."

Vai falar com John Textor? "O presidente do clube deve estar aberto para falar com toda a gente. Temos que perceber se querem investir, por amor ou ajuda, ou se querem especular com o Benfica."

Vai exercer direito de preferência sobre as ações de LF Vieira? "Não. O Benfica tem controlo da SAD e da gestão. É suficiente para comandar a SAD. O Benfica tem muito onde utilizar o dinheiro que tem do que estar a comprar ações da SAD."

Limitação de mandatos: "Para mim dois mandatos de 4 anos são mais do que suficientes. Em 8 anos, conseguiríamos implementar um plano estratégico para que consigamos executar as nossas ideias. Esses anos seriam divididos e sem preparação, execução e depois preparar o mandato para quem venha a seguir. [A proposta de limitação de mandatos] deve avançar dentro dos 100 primeiros dias, em paralelo com a auditoria forense. A revisão de estatutos é um processo longo, há várias etapas. Começa por haver uma conversa com sócios sobre qual o sentido que queremos dar aos estatutos."

As eleições para os órgãos sociais do Benfica para o quadriénio 2021-2025 realizam-se no sábado, com Rui Costa e Francisco Benítez a disputarem a sucessão a Luís Filipe Vieira, que ocupou o cargo de presidente durante quase 18 anos, desde 2003.