Em entrevista ao Canal 11, Frederico Varandas falou sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no futebol português e no Sporting.

"Conseguimos gerir o clube com medidas de gestão a curto prazo, a ajudar ao lay off e cortes tem a ver com a consolidação financeira desde 2018. Em 18 meses reduzimos 18 M€ da massa salarial da equipa profissional de futebol, canalizamos os nossos recurso para a formação, o que pode dar mais valias ao clube. O Sporting foi um clube que se organizou rapidamente. A administração da SAD teve desde logo cortes salariais de 50%, jogadores e equipa técnica com 40 por cento, atletas das modalidades com 30%. E colocámos 86% dos funcionários em lay-off", começou por explicar o presidente dos 'leões'.

O dirigente garantiu que ainda não tem um orçamento previsto para a próxima época. "A resposta nenhum clube tem. É um desafio fazer um orçamento, não sabemos que receitas vamos ter. Como vamos ao mercado? Os orçamentos vão baixar, só não sabemos quanto. Se esta pandemia tem sido há um ano, o Sporting colapsava financeiramente", afirmou.

No aspeto financeiro, a antecipação de receitas do contrato de direitos de transmissões televisivas e o impacto que a devolução de parte dos valores dos lugares anuais desta época, pelos jogos remanescentes que serão disputados à porta fechada, foram temas abordados, assim como a incerteza de não se saber "qual a lotação que o estádio pode ter" na próxima temporada.

"Se não houver mercado de transferências um ano, vai ser difícil. Mas se não normalizar nos próximos dois, três anos... Vai ser muito complicado. Temos de pensar em quem comprou bilhetes de época, este ano não vamos ter mais jogos com adeptos. E para o ano ainda não sabemos que lotação possa vir a ter o estádio. Vamos fazer vários planos e a última palavra será dos sócios", notou.

Para Frederico Varandas, há 20 meses no cargo de presidente do Sporting, a I Liga "tem de reduzir urgentemente para 16 equipas" o número de participantes, como parte de um plano de futuro para o futebol português no qual este ganhará "competitividade".

Varandas mostrou-se a favor da centralização dos direitos televisivos, para a qual "o futebol português tem de se preparar", e confessou que não vê sentido na realização da Taça da Liga "com 34 jornadas" de campeonato, mas sim "se for reduzido o campeonato", pedindo ainda outras reformas para o desporto em Portugal.

No futebol, o "ADN do Sporting é a formação" e, por isso, ficou a garantia de que "oito a 12" dos membros do plantel do próximo ano serão formados no clube, tendo o dirigente elencado vários membros das equipas jovens como futuras ‘estrelas' da equipa principal.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 316.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.231 pessoas das 29.209 confirmadas como infetadas, e há 6.430 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.