O árbitro Marco Ferreira, que se retirou após ter sido despromovido no fim da última temporada, disse hoje que ganhou uma batalha, depois de o observador José Rufino ter sido punido após uma reclamação do juiz madeirense.

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol anunciou hoje que José Rufino foi punido com uma advertência, após uma exposição de Marco Ferreira, sobre factos ocorridos no final do Vitória de Setúbal-FC Porto, no qual o juiz madeirense teria insultado e tentado coagir o observador, que avaliou a atuação do árbitro no Bonfim.

“Hoje ganhei uma batalha, uma batalha que colocou em causa a minha dignidade quando uma ‘Tocha’ iluminada fez passar a mensagem que Marco Ferreira iria ser despromovido por ter um processo disciplinar por ‘injuriar’, e ‘tentar coagir’ o observador”, escreveu Marco Ferreira, na sua página na rede social Facebook.

Para o árbitro, “ficou provado pela Comissão de Inquérito da Liga e confirmado pelo Conselho de Disciplina da FPF que houve um procedimento ilícito por parte do 0bservador para atribuição da nota do jogo”

Marco Ferreira considera que estas acusações foram feitas “para tentar justificar uma despromoção que ninguém entende”, poisa “nada foi provado”.

“A verdade prevaleceu neste caso, agora só espero que a Secção de Classificações reponha também a verdade desportiva e anule um relatório que foi feito de forma irregular. Se dizem que querem dignificar a arbitragem, que seja mais transparente e mais credível, têm agora a oportunidade de passar das palavras (de campanha) para os atos, vamos ver agora se realmente têm coragem de tomar decisões em prol da arbitragem em vez de decisões em prol de outros interesses”, afirmou.

Dizendo que a sua dignidade “não tem preço nem nunca esteve à venda”, Marco Ferreira diz que se recusa “continuar a ser árbitro com pessoas que estão a destruir a arbitragem portuguesa”.

“A minha decisão está tomada e nada irá fazer alterá-la, mas nunca irei desistir de defender a minha honra, ao contrário de muitos que já não têm honra nem dignidade para defender”, concluiu.

Marco Ferreira, que tinha o estatuto de internacional, foi despromovido à segunda categoria no final da última temporada, por ter sido o último classificado no primeiro escalão.