O antigo presidente da Mesa da Assembleia-Geral (AG) do Sporting Dias Ferreira afirmou esta quarta-feira que a discussão sobre a realização de uma reunião magna extraordinária provoca uma «agonia» e que o presidente Godinho Lopes deveria «pelo menos apresentar a sua demissão».

«Neste momento, pelo menos, apresentar a sua demissão e, depois, decidir se entende que deve candidatar-se a novas eleições. Acho que tem todo o direito e legitimidade para o fazer. Agora, isto é provocar uma agonia que não é boa para ninguém, nem para nada. Está à vista e era um serviço que prestaria ao clube», disse Dias Ferreira, em declarações à agência Lusa.

Apesar disso, o presidente da AG durante a presidência de José Eduardo Bettencourt, que se candidatou à liderança do clube nas eleições de 26 março de 2011, explicou que a reunião magna extraordinária pode ser convocada, não para votar a destituir a direção, mas para requerer a justa causa de ser convocada nova Assembleia-Geral.

«Não me compete saber se está depositado o dinheiro e se as assinaturas estão ou não bem, mas, partindo do princípio de que essas questões formais estão resolvidas, a AG, a meu ver, pode ser convocada para os próximos 30 dias. Já quanto ao objeto da AG, não conhecendo o requerimento, tenho um entendimento ligeiramente diferente: Acho que esta AG devia ser, efetivamente, para requerer a justa causa», frisou o antigo dirigente, instado a comentar a legitimidade estatuária da marcação de uma reunião magna extraordinária com o objetivo de destituir a direção.

Dias Ferreira defende que «esta AG deveria determinar se havia ou não justa causa e, portanto, deliberar sobre uma nova AG, na qual se votasse a destituição».

O antigo presidente da AG do Sporting considera que esta questão «divide mais as pessoas»”.

«Com problemas tão graves e estando mais ou menos de acordo com uma questão de fundo, estarmos a discutir questões jurídicas é inútil e só contribui para mais discussão. Na minha perspetiva, se me fosse permitido fazer um apelo, fazia um apelo ao engenheiro Godinho Lopes para, ele próprio, pôr termo a isto», salientou.

Dias Ferreira reconhece a legitimidade estatutária de Godinho Lopes se manter na liderança do clube, mas salientou que a atual direção “tem poucas possibilidades para dar a volta ao que é preciso dar a volta”.

Para o antigo dirigente, a situação atual da equipa de futebol “é uma consequência da atuação” diretiva, que, desde a tomada de posse, já registou as “baixas” de Carlos Barbosa e de Paulo Pereira Cristóvão.

Na terça-feira, o presidente da AG, Eduardo Barroso, aceitou o requerimento da reunião magna, confirmando que respeitava os requisitos exigidos, e considerou legitimo o fim da convocação pedida pelos sócios André Patrão e Miguel Paim.