O ex-presidente do Sporting Clube de Portugal Godinho Lopes afirmou hoje, durante o julgamento da Operação Fénix, que nunca pediu nem nunca precisou de segurança pessoal.
"Nunca pedi, nunca usei e nunca precisei [de segurança pessoal], referiu Godinho Lopes, ouvido pelo Tribunal de Guimarães na qualidade de testemunha.
Godinho Lopes, que falou por videoconferência, contou que em junho de 2015, após ter sido ouvido no Tribunal Arbitral do Desporto, na Suíça, alguém ligado ao agente de futebol Nélio Lucas lhe ligou a dizer que poderia "ter problemas" com adeptos do Sporting à chegada do aeroporto e que, por isso, teria lá alguém para o proteger.
O ex-presidente do Sporting disse que recusou o auxílio, por considerar que "não fazia qualquer sentido", uma vez que nunca tivera quaisquer problemas com os adeptos.
Mesmo assim, à chegada deparou-se com um homem que lhe disse que estava ali para o "acompanhar", relatou.
"Tivemos uma conversa rapidíssima, disse-lhe que se podia ir embora porque não precisava de ninguém e fui embora com o meu filho", acrescentou Godinho.
Segundo a acusação, o sócio-gerente da empresa de segurança privada SPDE, Eduardo Silva, determinou que fosse efetuado um serviço de proteção pessoal a Godinho Lopes, tendo pedido "quatro homens" para fazer esse serviço.
Pagaria 100 euros a cada um por oito horas de serviço.
A "Operação Fénix" é um processo relacionado com a utilização ilegal de seguranças privados.
Os 54 arguidos respondem por crimes de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.
A lista de arguidos integra a empresa SPDE - Segurança Privada e Vigilância em Eventos, acusada de um crime de associação criminosa e outro de exercício ilícito de atividade de segurança privada.
O sócio-gerente da SPDE, Eduardo Jorge Lopes Santos Silva, também responde por aqueles crimes e ainda por detenção de arma proibida.
O presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, e o ex-administrador da SAD portista Antero Henrique também são arguidos no processo, por alegadamente terem contratado com a SPDE serviços de segurança pessoal, quando sabiam que a empresa não dispunha de alvará para o efeito.
Ambos já refutaram a acusação.
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