O movimento de sócios da Académica que se opõe à gestão do presidente José Eduardo Simões declinou hoje responsabilidades na instabilidade que se vive no clube, demonstrada nos resultados desportivos e financeiros e na relação com os sócios.

O grupo, representado por João Vasco Ribeiro, antigo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entende que "a causa da instabilidade é a direção, e não qualquer outra".

"O movimento de sócios, alargado e representativo pôs-se sempre do lado da solução e não do problema: devolver a escolha aos sócios e apresentar um projeto alternativo. Isso foi atingido", refere um comunicado emitido por João Vasco Ribeiro.

Este grupo de mais de 200 sócios apresentou no dia 22 de outubro um requerimento para a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária para destituição da direção liderada por José Eduardo Simões, que acabou por cancelar na terça-feira.

"A desconvocação da assembleia resulta da ação posterior da direção de assumir eleições antecipadas para o final da época desportiva e da impossibilidade de realização em tempo útil de eleições para abordar o mercado de janeiro", lê-se no comunicado.

Segundo a nota assinada por João Vasco Ribeiro, "há divergências que não podem ser omitidas entre o movimento e a direção, e essas divergências serão dirimidas nas eleições".

"O movimento de sócios espera que Mesa da Assembleia Geral tenha um comportamento isento, garante dos Estatutos e dos compromissos resultantes deste período, em especial da realização de eleições", refere ainda.

Esta tarde, em conferência de imprensa, o presidente da Assembleia-Geral, Castanheira Neves, esclareceu que a direção liderada por José Eduardo Simões não formalizou oficialmente o pedido de eleições para o final da época 2015/2016, antecipando um ato previsto para 2017.

O advogado revelou que "a direção anunciou o propósito de solicitar a antecipação das eleições mas isso não chega, é preciso que a mesa da Assembleia-Geral seja contactada para o efeito".

Por seu lado, José Eduardo Simões, numa conferência de imprensa logo a seguir, disse que colocou a hipótese de antecipação de eleições como forma de não se andar a autoflagelar o clube, face à atuação do grupo de sócios contestatários.

O presidente da 'briosa' garantiu que a direção vai continuar a trabalhar, escusando-se a responder se vai ou não apresentar um pedido formal de antecipação das eleições para maio do próximo ano, como chegou a anunciar em Guimarães, no final do jogo entre o Vitória e Académica.