Um desentendimento com o treinador Bélla Guttmann reduziu o trajecto de Artur Santos a apenas um jogo na caminhada do Benfica até à conquista da primeira Taça dos Campeões Europeus em futebol, em 1960/61.
Artur Santos lembra à Agência Lusa que era considerado «um esteio» na faixa central da defesa “encarnada”, mas a decisão do técnico húngaro em coloca-lo no corredor direito abriu um conflito que nunca mais foi sanado.
«Pôs-me essa questão (ser colocado a defesa direito), mas eu disse-lhe de imediato: ´mister´, eu não jogo nessa posição há muitos anos e não me agrada muito ser deslocado para a direita», lembra o antigo jogador.
A conversa mais azeda deixou o defesa definitivamente fora das opções do treinador, que o utilizou apenas na primeira “mão” da segunda eliminatória, frente aos húngaros do Ujpest, jogo que o Benfica ganhou por 6-2 e no qual Artur Santos envergou a braçadeira de “capitão”.
«Foi uma forma que Bélla Guttmann encontrou para, depois, me afastar do resto da campanha até à digna final que nos honrou bastante», afirma Artur Santos, num misto de mágoa e orgulho.
Saiu do clube no final da época e hoje admite que o desfecho poderia ter sido diferente:
«Nos tempos de hoje, naturalmente nem olhava para trás, se ele (Guttmann) queria que eu fosse lateral direito eu iria para essa posição.»
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