A 16 de dezembro de 1960 desembarcava em Lisboa uma "cidadã" proveniente de Lourenço Marques que viria a mudar a "face" do futebol português.

A rivalidade entre Benfica e Sporting é longa e recheada de momentos em que pequenos detalhes acabaram por alterar o rumo da história. Depois de décadas a dominar o panorama futebolístico interno, o Sporting preparava-se, no início da década de 60, para continuar a reinar com a descoberta de um autêntico diamante na sua filial de Lourenço Marques: Eusébio da Silva Ferreira. Sporting e Benfica chegam a acordo com o avançado moçambicano, mas é o emblema da Luz que “convence” a mãe de Eusébio a deixá-lo ir para os encarnados mediante um prémio de assinatura.

E é na chegada de Eusébio a Lisboa que reside a “famosa” história de uma tal “Rute Malosso”, e o mito de rapto de um dos melhores jogadores de sempre do futebol português. Segundo reza a história, um funcionário do Benfica em Lourenço Marques antecipou-se aos leões e desviou Eusébio de Alvalade para a Luz ao colocar o jovem avançado num avião com o nome falso de “Rute Malosso”. Em Lisboa, os dirigentes leoninos contavam com a chegada de Eusébio de barco, mas foi no Aeroporto da Portela que Eusébio chegou a 16 de dezembro de 1960 onde foi recebido por dirigentes do Benfica e alguns jornalistas.

O Sporting ainda tentou desviar Eusébio da Luz ao apresentar o dobro daquilo que o Benfica tinha pago à mãe do jogador (cerca de 250 contos), mas os encarnados conseguiram esconder o promissor avançado numa unidade hoteleira em Lagos, no Algarve, e garantiram a assinatura do contrato.

O resto, como se costuma dizer, é história. Pelo Benfica, Eusébio conquistou: 11 campeonatos, cinco Taças de Portugal e uma Taça dos Campeões Europeus. Já na seleção de Portugal, Eusébio jogou 64 vezes e apontou 41 golos, levando ainda Portugal ao terceiro lugar no Mundial de 1966, onde foi o melhor marcador com nove golos.