O futebolista internacional português Hugo Almeida garantiu hoje à agência Lusa que “não recebeu nenhuma proposta do Sporting até ao momento”, mas confessou que se esta chegasse “seria bom” para si.

“Soube de algumas palavras com que o senhor presidente do Sporting se referiu a mim, mas a verdade é que nunca ninguém do clube falou comigo até agora”, revelou o avançado do Werder Bremen, lembrando que nunca escondeu que “via com bons olhos o regresso ao futebol português”.

A hipótese de voltar envergar a camisola de um dos maiores clubes lusos nunca deixou de ser encarada por Hugo Almeida: “Sempre disse que estava disponível para jogar num dos três ‘grandes’ e, se essa proposta do Sporting me chegar, seria bom para mim e para o meu futuro”.

“O FC Porto é o meu clube do coração, vivi lá bons momentos, apesar de não ter saído como desejaria, mas isso não quer dizer nada”, acrescentou Hugo Almeida, para sublinhar que não coloca este clube à frente dos outros dois ‘grandes’ (Sporting e Benfica).

No entanto, se tivesse de regressar ao Dragão não hesitaria: “Voltaria de olhos fechados, porque é um clube que adoro, que tive orgulho em representar e que jamais esquecerei”.

Apesar disso, assume que não gostou das circunstâncias em que se despediu do clube ‘azul e branco’, porque “nessa época tinha feito bons jogos, marcado golos importantes e não estava a contar sair”.

Face à situação financeira do Bremen, o director desportivo do clube alemão, Klaus Allofs, anunciou recentemente a suspensão de negociações para renovações com jogadores em final de contrato, caso do português, mas Hugo Almeida disse que ainda não foi abordado nesse sentido.

“Já ouvi falar que querem renovar comigo, mas nada me foi proposto até agora”, explicou o internacional português, que garante “estar tranquilo” em relação ao seu futuro. “Se tiver de renovar, renovarei, se tiver que sair, logo verei o que é melhor para o meu futuro”, sublinhou.

O ponta de lança confessa ter sentido “dificuldades de adaptação” à Alemanha, onde “tudo é diferente” de Portugal, nomeadamente “a mentalidade, os treinos, os costumes e a língua”, a qual ainda não domina, frisando que essa barreira não o impede de “gostar de viver” naquele país e de sentir que as pessoas gostam dele.

Sobre a má época do Werder Bremen (11.º no campeonato), Hugo Almeida justifica-a com “uma onda de lesões” e com a saída de jogadores importantes”, sublinhando que no plano individual tem “estado bem”, com “seis golos marcados” na Bundesliga.

Convocado para o Portugal-Espanha, comemorativo dos centenário da República Portuguesa, considera que é daqueles jogos que “todos gostam de jogar” e que, por causa daquela derrota no último Mundial, “com um golo do [David] Villa em fora de jogo”, a selecção lusa tem o “orgulho um pouquinho ferido”.

“Tínhamos qualidade para chegar mais longe”, disse o avançado, que não quis recuar no tempo para falar do ‘consulado’ de Carlos Queiroz, considerando o sucessor, Paulo Bento, um “excelente treinador”, embora não justifique a melhoria da selecção com a troca de seleccionador.

“Nós [jogadores] sabíamos que, se perdêssemos estes dois jogos, estaríamos fora do Europeu e tivemos de lutar para atingir o nosso objectivo”, rematou.