Hugo Viana não esconde as limitações que os clubes em Portugal têm, incluindo os grandes, em segurar os melhores jogadores todos os anos. Para comprar, lembra, é preciso vender.
"Temos sempre muito trabalho. Os clubes portugueses têm sempre trabalho e têm sempre de vender. Estamos reféns de vendas. Para poder comprar, temos de vender. Mas gosto desses desafios".
A propósito, questionado sobre Gyokeres, o diretor desportivo de Viana recusa-se a fazer promessas sobre a sua continuidade, mas deixa uma garantia: Gyokeres está bem no Sporting e o Sporting está encantado com o avançado sueco. Se será suficiente para continuar em Portugal? Hugo Viana não sabe.
"Acho que o Viktor está feliz, nós estamos felizes com ele. Todo o sportinguista está feliz, a equipa técnica está feliz com ele. Obviamente que o futebol é dinâmico, e o Viktor fez uma excelente época. Poderá chegar ou poderá não chegar [uma proposta]. Como o Rúben e o presidente dizem, logo se verá", atirou em resposta a Francisco Pinto Balsemão no Podcast 'Geração 80', da SIC e do Expresso.
Numa entrevista de maior pendor biográfico, o antigo jogador abordou também a forte ligação ao Norte do país, nomeadamente a Barcelos, cidade de onde é natural.
"Vou mais vezes agora [a Barcelos] por uma questão de doença do meu pai. Os meus filhos gostam de conhecer as raízes dos pais. Ficará marcado na minha vida"(..) "No primeiro ano do Sporting, um adepto na rua perguntou ‘então, mas o que fazes aqui?’. Eu tinha ido jantar. Não abdico da vida pessoal por causa do futebol", revelou o antigo jogador, campeão pelos leões em 2001/2002.
Rúben Amorim também foi tema e Hugo Viana não teve dúvidas em apontar o momento da renovação com o técnico, depois de uma época aquém das expetativas, como decisivo para a conquista do campeonato esta temporada.
"O mais notório foi o ano passado, em que ficamos em quarto lugar e acabámos por renovar. Até acho que essa renovação foi o primeiro passo, o passo mais importante para podermos ter ganho o campeonato este ano. Começámos a preparar o campeonato logo aí. O presidente, desde o momento que entrou, incutiu-nos uma ideia".
Uma forma de liderar que, acredita, tem tido influência no comportamento da massa associativa.
"Acho que os adeptos do Sporting estão a mudar e a época passada foi espelho disso. Provavelmente, noutros tempos, com um terceiro ou quarto lugar, teríamos contestação, seria normal no futebol, mas não tivemos, tivemos o apoio dos adeptos", completou.
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