Numa prova que se joga de sexta-feira a 15 de maio de 2022, já com público, para já a 33%, os três ‘grandes’, vencedores de 97,7% dos campeonatos (85 de 87), voltam a não ter ‘sombra’, com o Sporting de Braga a prometer apenas o quarto lugar.
Por seu lado, o Vitória de Guimarães é o único que também se assume como candidato à Europa, enquanto Moreirense, Belenenses SAD e Boavista dispensam, nos discursos de antecipação, a luta pela “permanência”, ao contrário dos restantes 10 participantes.
Em matéria de título, a questão será, à partida, a três, e, como campeão, o Sporting sai na frente, não só pelo estatuto, mas porque, para já, está, praticamente, intacto, desde logo com a permanência do mentor do feito, o treinador Rúben Amorim.
Contratado ao Sporting de Braga por ‘milionários’ 10 milhões de euros, Amorim está a sair muito barato ao presidente ‘leonino’, Frederico Varandas, com uma primeira época completa para a história e uma segunda que já arrancou com um título, a Supertaça.
Os ‘leões’ venceram em 2020/21 com uma ‘mísera’ derrota, na Luz (3-4), já campeões, e do ‘onze’ base – mais os principais substitutos - do sucesso, a única baixa significativa é a de João Mário, que rumou ao Benfica, via Inter de Milão.
De resto, voltam todos, com os veteranos João Pereira e Antunes bem substituídos por Ricardo Esgaio e Rúben Vinagre, sendo que - numa ‘lei’ que vale para os ‘leões’ e todos os outros - o mercado só fecha no fim de agosto e, até lá, muito pode mudar.
Para já, Rúben Amorim inicia o ataque à revalidação do título, objetivo que o Sporting não consegue há mais de 60 anos, desde 1953/54, quase com o mesmo ‘onze’ e, já se viu, novamente fiel ao ‘3-4-3’, que terá como referências Adán, Coates, Nuno Mendes, Palhinha e Pedro Gonçalves – Porro está lesionado.
Se o Sporting está quase inalterável, o FC Porto, que deverá oscilar entre o ‘4-3-3’ e o ‘4-4-2’, começa também quase igual, embora com uma baixa de peso, o avançado maliano Marega, referência no ataque nas últimas quatro épocas.
De resto, o treinador Sérgio Conceição, que vai para a quinta temporada consecutiva ao comando dos ‘dragões’, tem todos os outros, de Marchesín a Taremi, passando pelo ‘eterno’ Pepe, Sérgio Oliveira, Uribe, Corona e Luis Díaz.
As novidades também não são muitas, destacando-se o brasileiro Pepê, há muito contratado ao Grêmio, e o central Fábio Cardoso, formado no Benfica, bem como o regresso do médio Bruno Costa.
Mais uma vez, e depois de uma dececionante época, no regresso à Luz de Jorge Jesus, o Benfica foi o que mais investiu no mercado, para contratar Yaremchuk (17 milhões de euros), mais João Mário, Meité e Gil Dias, com Vinícius de regresso, como os ‘miúdos’ Ferro, Florentino e Gedson.
Os ‘encarnados’, que só perderam jogadores pouco influentes, como Nuno Tavares, Pedrinho, Cervi e Jardel, voltam a ter um início de época marcado pelo ataque à ‘Champions’, falhado em 2020/21, com repercussões no plantel – Rúben Dias foi vendido.
A instabilidade diretiva - nomeadamente a saída forçada de Luís Filipe Vieira e a entrada de Rui Costa, com eleições inevitavelmente à porta - não será uma ajuda, mas, para já, Jorge Jesus, que parece querer a postos o ‘4-4-2’ e o ‘3-4-3’, está, aparentemente, a ter os reforços que pretende.
Com as atuais armas - e mais uma ou outra, ou menos uma ou outro -, os três ‘grandes’ serão sempre os candidatos, agora que o Sporting recuperou esse estatuto, numa época em que poderão coincidir todos na fase de grupos da ‘Champions’.
Atrás, a concorrência parece distante, muito distante, até porque o Sporting de Braga continua a ‘fornecer’ os ‘grandes’, nestas últimas épocas o Sporting, que lá foi ‘resgatar’ Palhinha e Esgaio e contratar Paulinho e, claro, Rúben Amorim.
Carlos Carvalhal, que também se mantém ao ‘leme’ dos bracarenses, numa época com poucas mudanças de treinadores, já disse que o objetivo é o quarto lugar, falando de um fracasso abaixo disse, mas que, acima, só se um dos ‘grandes’ falhar.
Os ‘arsenalistas’ também não mudaram muito o plantel, cedendo Esgaio, mas contratando vários jogadores que podem vir a ser importantes, como Paulo Oliveira, Lucas Mineiro e Mario González, e fazendo regressar outros, casos de Fábio Martins e Fabiano.
Abaixo do Sporting de Braga, só o Vitória de Guimarães se assume como candidato europeu, numa época em que o seu maior trunfo parece ser o treinador Pepa, que na época passada conduziu o Paços de Ferreira à Liga Conferência Europa.
O Moreirense, na estreia de João Henriques, e o Belenenses, na terceira época de Petit, querem a primeira metade, enquanto no Boavista, o ex-Famalicão João Pedro Sousa garante que não veio para o histórico clube ‘axadrezado’ para lutar pela manutenção.
Pelo contrário, todos os outros a abordam, alguns, como Paços de Ferreira, Marítimo e Santa Clara, como ponto de partida para, depois, partirem para outros objetivos. Tondela e Gil Vicente querem “crescer” e Famalicão e Portimonense garanti-la depressa.
No regresso à I Liga, o Estoril Praia, campeão em título da II Liga, quer garantir a permanência com a sua filosofia de jogo, o Vizela promete lutar sempre pelos três pontos e o Arouca garante uma vontade de “surpreender, de fazer diferente”.
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