O Famalicão foi a equipa ‘sensação’ da I Liga portuguesa de futebol, com um histórico sexto lugar, a um escasso ponto de inédito apuramento europeu, depois de 25 anos afastado da divisão principal.

Apesar de ter perdido, nos descontos da última jornada, com um 3-3 no reduto do Marítimo, a oportunidade de garantir o quinto posto e a Liga Europa, isso nada ‘belisca' o percurso exemplar que os famalicenses fizeram ao longo da época.

A equipa comandada por João Pedro Sousa esteve mesmo na liderança do campeonato - da quarta ronda até à sétima - que cedeu, à oitava, com um desaire face ao FC Porto, no Dragão. Nos primeiros sete jogos, venceu seis e empatou um, alcançando a melhor série de resultados neste regresso aos palcos principais do futebol.

Nessa altura, criou-se uma onda de euforia e expectativa por parte dos adeptos, que começaram a acreditar que os objetivos do Famalicão poderiam ir além da manutenção.

E, na verdade, com poucas oscilações, a formação famalicense, que somou apenas a sétima presença no campeonato principal, conseguiu fazer uma prova bastante equilibrada, sem nunca sair dos lugares cimeiros, para chegar a meio ainda no terceiro posto.

Na segunda volta, e já com o objetivo principal (a manutenção) garantido, o treinador do Famalicão começou a assumir novos patamares, embora de forma cautelosa, até porque a equipa sofreu cinco derrotas nos sete jogos antes da paragem devido à pandemia de covid-19.

Na reta final, e com tudo do lado dos famalicenses, João Pedro Sousa garantia que "não conseguir o quinto lugar seria uma desilusão".

No entanto, e já a acusar a pressão, na penúltima jornada, em casa, frente ao Boavista, o Famalicão desperdiçou a oportunidade de garantir nessa altura o quinto lugar. Para isso bastava vencer a partida. Depois de estar a ganhar por 2-0, os famalicenses deixaram-se empatar e adiar a decisão para a última jornada.

No Funchal, o Famalicão ainda chegou ao 3-2 nos descontos, mas depois consentiu o 3-3, um desfecho que espalhou a desilusão entre jogadores e equipa técnica. Ficou a melhor classificação de sempre, muito acima do 13.º posto de 1978/79.

Num plantel de luxo que se destacou essencialmente pelo todo, Fábio Martins foi a figura da equipa, sendo o jogador com mais golos marcados (12) e com mais assistências. Uma peça fundamental na engrenagem afinada de João Pedro Sousa.

O treinador foi também o reflexo do sucesso da equipa e o elemento principal para garantir toda a serenidade e confiança nos momentos decisivos.