"Jogava com dores muito fortes", contou Izmailov, numa entrevista na qual aborda o caso da sua alegada recusa em defrontar o Atlético de Madrid para a Liga Europa, explicando as razões que o levaram a tomar tal decisão.
Depois do jogo com o Vitória de Guimarães, três dias antes de defrontar o Atlético de Madrid, o russo já não participou no treino, fazendo tratamentos, e, na véspera do jogo com os espanhóis, pediram-lhe para "participar no treino de conjunto".
"Fiz o aquecimento e acabei por sair do campo, pois mal conseguia pôr o pé no chão com as dores que sentia na perna", afirmou Izmailov, que diz ter "tentado tudo" para que pudesse jogar com o Atlético de Madrid, razão pela qual foi convocado.
Segundo o russo, o jogo era daqueles que "não acontecem muitas vezes e que todos os jogadores querem jogar", mas nessa manhã fez um teste e verificou que não estava melhor, transmitindo isso mesmo "ao médico e ao treinador".
Pouco depois, foi abordado pelo director para o futebol, Costinha: "Ele queria que eu jogasse, mas eu disse-lhe que não estava em condições e que, se entrasse em campo sem estar a 100 por cento para ajudar os companheiros, isso seria um factor negativo".
Quando Costinha percebeu que não o iria convencer, ordenou-lhe que "arrumasse as coisas e fosse para casa".
Izmailov lamenta na entrevista que as pessoas tenham memória curta, pois esta época esteve "sete meses parado por ter aceite, no passado, jogar sob o efeito de injecções para tirar as dores", acabando por "agudizar a situação do joelho", cuja consequência foi "ser operado".
O jogador russo prossegue a sua descrição dos factos: "Na manhã seguinte fui ao consulado da Rússia em Lisboa para tratar de documentos da minha família, situação que o Sporting tinha conhecimento vários dias antes do comunicado que emitiram".
"Recomendaram-me apenas que não me atrasasse", conta Izmailov, que justifica a ausência da Academia no fim de semana seguinte ao do jogo com o Atlético de Madrid, no qual tinha sido concedido à equipa dois dias de folga para descansar, com as questões burocráticas que teve de tratar no consulado russo.
Seja como for, diz-se preparado para "responder pelos actos", face à intenção do Sporting lhe aplicar sanções: "Não tenho qualquer problema com isso".
O russo fala directamente do director para o futebol "leonino", Costinha, por quem diz "não ter qualquer antipatia": "Ele quer trazer coisas úteis para a equipa e obter resultados, o único problema é que começou a exprimir os seus pensamentos e emoções de forma pública e pouco cuidada, sobretudo porque não mediu as consequências que este tipo de questões trouxeram para o clube e para mim".
Referiu, ainda, respeitar toda a gente, o presidente, o treinador e os colegas, "tudo gente maravilhosa". Quanto a estes últimos, considerou-os uma "questão à parte", por sentir que "teve sorte ao estar inserido no colectivo" em que está.
Na entrevista, Izmailov lembra, ainda, que "foi operado a época passada ao joelho" e que passou por um "processo de restabelecimento no sentido de regressar à competição mais cedo".
"Queria muito jogar, o corpo técnico contava comigo, mas quando comecei a ter muitas cargas e muitos jogos, o joelho reagiu e as dores começaram", rematou.
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