O treinador Jesualdo Ferreira pediu hoje medidas para diluir uma “onda de protestos” dos clubes da I Liga de futebol à arbitragem, lamentando ter havido “diferenças claras” de critérios na derrota do Boavista em Guimarães (1-2).

“Precisei de ver o jogo para reforçar o que disse no final, sem colocar em causa o triunfo do Vitória. Toda a gente tem protestos a fazer e chega a uma altura em que é necessário que os responsáveis tomem medidas, de forma a garantir que o campeonato vá até ao fim, respeitando a verdade desportiva”, vincou o técnico, em conferência de imprensa.

Jesualdo Ferreira fez questão de “levantar essa dúvida” uma semana depois das críticas dirigidas à equipa de arbitragem liderada por Fábio Veríssimo, ao considerar que o juiz leiriense “não teve um comportamento correto na condução do jogo” da 21.ª jornada.

“À medida que fui vendo o jogo tranquilamente, ainda mais convencido fiquei de que disse pouco daquilo que devia ter dito. O Vitória fez 26 faltas e teve dois cartões amarelos, o Boavista fez 13 e teve quatro. Para mim, esta lógica não é aceitável”, apontou, sobre um encontro decidido com um penálti convertido por André André.

Ao focar nessa estatística, o experiente treinador disse “não perceber” qual a razão para que os ‘axadrezados’ tenham oito grandes penalidades sofridas e apenas uma a favor, numa altura em que estão disputados quase dois terços da edição 2020/21 da I Liga.

“As pessoas podem argumentar que não temos qualidade para chegar à frente, mas digo-lhes que o Boavista é a oitava equipa e está acima da média quanto às ações na área. Podem dizer que os nossos jogadores não têm apetência para conquistar penáltis. Provavelmente eles serão sérios ou então as avaliações não são muito corretas”, notou.

Sem querer “tentar justificar nada”, Jesualdo Ferreira reconhece que “há questões que muitas vezes ultrapassam o rendimento das equipas”, pelo que atribui o regresso ao último lugar com “incompetência e questões que ajudam a ser menos competentes”.

“Cada jogo para nós é sempre um desafio dobrado: é preciso passar uma barreira que continua a ser difícil e, ao mesmo tempo, chegar onde queremos com a qualidade disponível. Refiro-me sempre ao problema da qualidade, porque vai estar na base da evolução dos atletas e da equipa, cujas qualidades demoram tempo a crescer”, avaliou.

O técnico falava na véspera da receção ao Famalicão, oponente direto na luta pela permanência, que “tem jogadores de muita qualidade”, reflete “estruturalmente as ideias de Silas” e “virá discutir o jogo” com um Boavista “perfeitamente dirigido num só sentido”.

“Vínhamos de uma série de jogos interessantes, com quatro pontos conquistados. Cada jogo até ao fim será uma final e temos necessidade de conquistar pontos. Acima de tudo, vamos dar mais uma vez para todos a imagem da capacidade e desenvolvimento que temos e daquilo que é necessário acreditar para chegar onde queremos”, concluiu.

O Boavista, 18.º e último colocado, com 18 pontos, recebe o Famalicão, 16.º e antepenúltimo, com 19, no sábado, às 20:30, no Estádio do Bessa, no Porto, num encontro da 22.ª jornada, com arbitragem de André Narciso, da associação de Setúbal.

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